Mercado do açúcar retoma fôlego e volta ao campo positivo nesta sexta-feira (27)
Após registrar quedas consecutivas, o mercado do açúcar reage e opera em alta nesta sexta-feira (27). O contrato julho/25 é negociado a 15,96 cents de dólar por libra-peso na Bolsa de Nova Iorque, com valorização de 1,98%, enquanto o outubro/25 sobe 1,64%, sendo cotado a 16,69 cents. Na Bolsa de Londres, o contrato agosto também acompanha o movimento de recuperação, sendo negociado a US$ 485,80 por tonelada, avanço de 1,65%.
O movimento de alta encontra suporte no anúncio feito na última quarta-feira (25) pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) do governo brasileiro, que aprovou o aumento da mistura obrigatória de etanol na gasolina de 27% para 30% (E30), e de biodiesel no diesel de 14% para 15% (B15). A nova regra entra em vigor a partir de 1º de agosto e tem como objetivo ampliar a autossuficiência energética nacional e contribuir para a redução dos preços dos combustíveis. A medida também deve fortalecer a atratividade da produção de etanol, o que pode influenciar as decisões das usinas sobre o mix produtivo e ser um possível fator de suporte para os preços do açúcar.
Por outro lado, o cenário global ainda traz pressões baixistas. De acordo com a Barchart, a perspectiva de aumento na produção da Índia, segundo maior produtor mundial, segue sendo um fator negativo para os preços. Em 2 de junho, a Federação Nacional de Fábricas Cooperativas de Açúcar da Índia projetou um avanço de 19% na produção para a safra 2025/26, com expectativa de alcançar 35 milhões de toneladas. A estimativa é sustentada pelo aumento da área plantada de cana e pela previsão de chuvas acima da média durante a temporada de monções, que vai de junho a setembro, segundo o Ministério das Ciências da Terra da Índia.
Além disso, a produção global segue em tendência de crescimento. Segundo o relatório de 22 de maio do Serviço Agrícola Estrangeiro (FAS) do USDA, a produção de açúcar no Brasil deve crescer 2,3% na safra 2025/26, chegando a 44,7 milhões de toneladas, um novo recorde. A Índia deve avançar 25%, com 35,3 milhões de toneladas, e a Tailândia projeta alta de 2%, totalizando 10,3 milhões de toneladas.
Outro ponto de atenção é a liberação de exportações pela Índia. O governo indiano anunciou em 20 de janeiro que permitirá a exportação de 1 milhão de toneladas de açúcar nesta temporada, flexibilizando as restrições impostas desde outubro de 2023, implementadas para garantir o abastecimento doméstico.