Açúcar recua nas bolsas apesar de queda na produção do Centro-Sul divulgada pela Única
Os contratos futuros do açúcar encerraram esta segunda-feira (14) em baixa nas bolsas de Nova Iorque e Londres, mesmo com a divulgação de dados da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) indicando uma expressiva redução na produção do Centro-Sul do Brasil na segunda quinzena de junho.
Na Bolsa de Nova Iorque, todos os principais contratos encerraram o dia em queda. O outubro/25 recuou 0,27 cents (1,63%), cotado a 16,30 cents/lbp. O março/26 caiu 0,25 cents (1,45%), encerrando a 17,00 cents/lbp. O maio/26 recuou 0,23 cents (1,36%), para 16,71 cents/lbp. Já o julho/26 perdeu 0,20 cents (1,19%), negociado a 16,63 cents/lbp.
Em Londres, o mercado do açúcar branco teve quedas mais expressivas. O agosto/25 recuou 1.490 pontos (3,08%), cotado a US$ 468,80 por tonelada. O outubro/25 caiu 880 pontos (1,83%), a US$ 470,40. O dezembro/25 perdeu 640 pontos (1,36%), negociado a US$ 462,80. O março/26 teve baixa de 470 pontos (1,00%) e fechou em US$ 466,20 por tonelada.
Segundo a Unica, a fabricação de açúcar na principal região produtora do país somou 2,84 milhões de toneladas na segunda metade de junho, volume 12,98% inferior ao registrado no mesmo período da safra passada. No acumulado desde o início da safra até 1º de julho, a produção totalizou 12,25 milhões de toneladas, uma queda de 14,25% em relação ao ciclo anterior.
Apesar do recuo na oferta, os preços não reagiram positivamente. Para João Baggio, Diretor Presidente da G7 Agro Consultoria, isso se deve à demanda fraca no mercado internacional. “Como também reduz o consumo, o preço não alavanca. Por mais que a oferta brasileira seja restrita, se não tem o consumo aumentando, não tem fôlego para aumentar o preço do açúcar no mercado”, afirmou.
Baggio destacou ainda que, mesmo com lavouras em condições ruins no estado de São Paulo — com baixos níveis de ATR (Açúcares Totais Recuperáveis) —, o cenário segue pressionado por outros fatores. o cenário internacional, o analista aponta que a Índia apresenta bons indicadores de safra, e a Tailândia não enfrenta problemas climáticos relevantes neste momento, o que contribui para manter os preços internacionais na casa dos 16 cents de dólar por libra-peso.
“O fato de os preços se manterem na faixa dos 16 cents é um sinal de que os analistas internacionais já estão precificando uma perda grande na produção do Brasil”, avaliou.