Açúcar retoma alta nesta terça-feira (15), mas cenário interno segue desaquecido

Publicado em 15/07/2025 09:35 e atualizado em 15/07/2025 10:08

O mercado do açúcar opera em alta nesta terça-feira (15), com os contratos futuros recuperando parte das perdas recentes. Na Bolsa de Nova Iorque, o vencimento outubro/25 é negociado a 16,39 cents de dólar por libra-peso, avanço de 0,55%, enquanto o março/26 registra 17,07 cents, acréscimo de 0,41%. Em Londres, o movimento é inverso: o contrato agosto/25 do açúcar branco é cotado a US$ 467,40 por tonelada, com queda de 0,30%.

No Brasil, apesar da redução na produção, os preços seguem pressionados. Segundo a Unica, a fabricação de açúcar no Centro-Sul somou 2,84 milhões de toneladas na segunda metade de junho, queda de 12,98% em relação ao mesmo período do ano anterior. No acumulado até 1º de julho, a produção totalizou 12,25 milhões de toneladas, recuo de 14,25% frente ao ciclo anterior.

Para João Baggio, Diretor Presidente da G7 Agro Consultoria, a fraca demanda global impede uma recuperação mais robusta nas cotações. “Mesmo com a oferta brasileira mais restrita, o consumo baixo impede que o preço do açúcar avance”, afirma. Ele também destacou que as lavouras paulistas estão em más condições, com baixo índice de ATR (Açúcares Totais Recuperáveis), e que a safra de países como Índia e Tailândia segue positiva, o que limita reações altistas.

“O fato de os preços se manterem na faixa dos 16 cents é um sinal de que os analistas internacionais já estão precificando uma perda grande na produção do Brasil”, avaliou Baggio.

Apesar da demanda por açúcar cristal branco permanecer desaquecida no mercado spot do estado de São Paulo, dados do Cepea indicam que os preços do produto se estabilizaram nos últimos dias. O Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar cristal branco tem operado em torno de R$ 116 por saca de 50 kg.

Segundo os pesquisadores do Cepea, essa estabilidade se deve principalmente à postura mais firme dos agentes das usinas em relação aos preços pedidos, além da reação positiva nas cotações internacionais do açúcar. No cenário externo, o açúcar demerara registrou alta na semana passada, impulsionado pela valorização do petróleo. Além disso, os dados que apontam queda na produção na região Centro-Sul do Brasil.

No mercado de etanol, o ritmo de negociações permanece lento no estado de São Paulo. Segundo o Cepea, o volume comercializado de etanol hidratado entre os dias 7 e 11 de julho foi similar ao da semana anterior, que registrou o menor volume desde o início da safra 2025/26.

O baixo interesse de compra está relacionado ao fato de que muitos agentes já haviam realizado aquisições nas semanas anteriores. Além disso, o período de férias escolares, que reduz a circulação de veículos, também contribui para a retração na demanda. Do lado da oferta, algumas usinas reduziram os preços, enquanto outras preferiram se retirar do mercado, levando a uma queda mais acentuada nas cotações.

Entre os dias 7 e 11 de julho, o Indicador CEPEA/ESALQ do etanol hidratado fechou em R$ 2,5521/litro (líquido de ICMS e PIS/Cofins), queda de 2,05% em relação à semana anterior. Já o etanol anidro foi negociado a R$ 2,9598/litro, com recuo de 1,33%.

Fonte: Notícias Agrícolas

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