Açúcar devolve ganhos da véspera e fecha semana em queda nas bolsas de Nova Iorque e Londres

Publicado em 25/07/2025 16:00
Importantes fundamentos limitam ganhos do adoçante

Os contratos futuros de açúcar encerraram a sessão desta sexta-feira (25) em queda, devolvendo boa parte dos ganhos registrados na véspera e acumulando perdas na comparação semanal. De acordo com Marcelo Filho, analista da StoneX, apesar de os preços ao redor de 16 cents por libra-peso serem considerados atrativos para compradores, diversos fatores têm limitado um avanço mais consistente das cotações.

Segundo o analista, a semana anterior foi marcada por um ambiente mais favorável aos preços, com uma série de notícias que sustentaram movimentos de alta. “Foi uma das semanas com mais notícias de risco de alta nos últimos tempos, com anúncios de cotas de importação no Sudeste Asiático, especulações sobre o uso de açúcar de cana pela Coca-Cola nos EUA e rumores sobre o aumento da mistura de etanol na Índia”, detalhou.

Um dos principais fatores que impulsionaram o mercado foi a notícia de que a Coca-Cola começaria a produzir um novo produto utilizando açúcar de cana, em substituição ao xarope de milho. O movimento foi estimulado inicialmente por declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Com isso, estimativas iniciais apontavam para um aumento de até 1,5 milhão de toneladas no consumo de açúcar pelos EUA. No entanto, Marcelo Filho avalia que essas projeções eram exageradas.

“O anúncio da Coca-Cola foi em tom mais sobre um novo produto que eles começariam a comercializar, não necessariamente parar de comprar xarope de milho para substituir 100% pelo açúcar de cana. A gente deve ter uma substituição, mas ela pode ser pequena”, explicou.

Outro fator que pesa sobre os preços é a perspectiva de ampla oferta global na safra 2025/26, que começa em outubro. A StoneX deve divulgar na próxima semana novas estimativas para a produção global, com projeções de superávit. “Além do aumento de produção, algumas usinas brasileiras ainda têm espaço para fixação de preços para exportação, e há estoques disponíveis em alguns países, como a Tailândia, embora em menor escala que no semestre anterior”, completou o analista.

Na Bolsa de Nova Iorque, o contrato outubro/25 caiu 0,28 cent (-1,69%) nesta sexta, fechando a 16,29 cents por libra-peso. O março/26 recuou 0,22 cent (-1,28%), a 16,93 cents/lbp. O maio/26 também perdeu 0,22 cent (-1,31%), encerrando a 16,62 cents/lbp, enquanto o julho/26 cedeu 0,20 cent (-1,20%), para 16,52 cents/lbp.

Em Londres, na ICE Europe, o açúcar branco também registrou perdas. O vencimento outubro/25 caiu US$ 9,20 (-1,92%), a US$ 471,00 por tonelada. O dezembro/25 recuou US$ 8,30 (-1,76%), para US$ 462,80. O março/26 foi negociado a US$ 465,90, com baixa de US$ 6,50 (-1,37%), enquanto o maio/26 fechou a US$ 467,40, queda de US$ 5,30 (-1,12%).

Na comparação com o fechamento da sexta-feira anterior (18), os preços do açúcar também acumularam queda nas duas principais bolsas.

Em Nova Iorque, o outubro/25 recuou de 16,82 para 16,29 cents/lbp, queda de 3,15%. O março/26 passou de 17,43 para 16,93 cents/lbp (-2,87%), o maio/26 de 17,08 para 16,62 cents/lbp (-2,69%) e o julho/26 de 16,94 para 16,52 cents/lbp (-2,48%).

Em Londres, o contrato outubro/25 caiu de US$ 487,70 para US$ 471,00 (-3,43%). O dezembro/25 recuou de US$ 476,40 para US$ 462,80 (-2,85%). O março/26 foi de US$ 477,60 para US$ 465,90 (-2,45%), e o maio/26 de US$ 477,80 para US$ 467,40 (-2,18%).

Fonte: Notícias Agrícolas

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