Açúcar recua com projeção de superávit global e avanço da produção no Brasil
Os preços do açúcar recuaram nesta quinta-feira (25), pressionados pela perspectiva de oferta global abundante. Em Nova York, o contrato outubro/25 caiu 0,70%, para 15,53 cents de dólar por libra-peso, enquanto o março/26 recuou 0,50%, cotado a 16,05 cents, e o maio/26 perdeu 0,57%, a 15,63 cents. Em Londres, o contrato dezembro/25 do açúcar branco encerrou em US$ 457,40 por tonelada, baixa de 0,28%.
O movimento segue a trajetória da última terça-feira, quando o açúcar de Nova York atingiu a mínima de 4,25 anos nos vencimentos mais próximos, e o de Londres registrou o menor nível em 4 anos, estendendo a tendência de baixa que já dura sete meses. O mercado reflete a oferta confortável, com as principais redes de analistas prevendo safras robustas nos países produtores.
Nesta semana, a StoneX projetou um superávit global de 2,8 milhões de toneladas para a safra 2025/26, revertendo o déficit estimado de 4,7 milhões de toneladas em 2024/25.
No Brasil, os dados da Unica reforçaram a pressão sobre os preços. A produção de açúcar do Centro-Sul na segunda quinzena de agosto cresceu 18% em relação ao ano anterior, alcançando 3,87 milhões de toneladas. O mix açucareiro também avançou, passando de 48,78% para 54,20% no mesmo período. Ainda assim, no acumulado da safra até agosto, a produção soma 26,76 milhões de toneladas, queda de 1,9% frente ao ciclo anterior.
A Índia também contribui para o pessimismo do mercado. A trader Sucden afirmou na terça-feira que o país pode desviar até 4 milhões de toneladas de açúcar para a produção de etanol em 2025/26. Esse volume, no entanto, não seria suficiente para reduzir o excedente doméstico, o que pode levar as usinas indianas a exportar até 4 milhões de toneladas, o dobro da expectativa inicial de 2 milhões de toneladas.