Açúcar continua tendência de queda e começa a ser negociado a 14 cents nos contratos mais longos em NY

Publicado em 14/10/2025 08:38
Mercado interno disputa com exportações e encontra leve recuperação

Nesta terça-feira (14), o mercado do açúcar continua a sua tendência baixista, com o março/26 em Nova Iorque sendo negociado a 15,45 cents de dólar por libra-peso (-1,02%), o maio a 14,97 cents (-1,25%) e o julho 14,87 cents (-1,26%). Já em Londres, o dezembro/25 é cotado a 441,30 dólares por tonelada (-0,61%). O mercado passou uma parte considerável do início do semestre equilibrando-se entre altos e baixos, sempre avaliando a oferta e a procura. Durante um tempo, os 16 cents foram avaliados como um suporte saudável para o setor, principalmente devido aos altos custos de produção.

No entanto, a oferta da safra brasileira e a previsão de safras robustas na Índia e na Tailândia pressionam o mercado, mesmo diante de complicações nos canaviais brasileiros. Em 2 de outubro, a Unica relatou que a produção de açúcar do Centro-Sul do Brasil na primeira quinzena de setembro aumentou 15,7% em termos anuais para 3,622 milhões de toneladas. Além disso, a percentagem de cana-de-açúcar moída para açúcar pelas usinas de açúcar do Brasil na segunda quinzena de agosto aumentou para 53,49%, face aos 47,74% no mesmo período do ano passado. No entanto, a produção acumulada de açúcar do Centro-Sul de 2025-26 até meados de setembro caiu 0,1% em termos anuais para 30,388 milhões de toneladas.

Os preços do açúcar cristal estiveram um pouco mais firmes no spot paulista na última semana, indica levantamento do Cepea. Segundo o Centro de Pesquisas, alguns compradores procuraram negociar novos lotes, especialmente de cristal tipo Icumsa 150. Diante da restrição da oferta, por conta sobretudo do maior volume destinado às exportações, pesquisadores explicam que agentes de usinas do estado de São Paulo procuraram vender no spot a preços firmes. De 6 a 10 de outubro, o Indicador CEPEA/ESALQ, cor Icumsa 130 a 180, mercado paulista, teve média de 117,36 reais por saca de 50 kg, pequena alta de 0,44% face ao período anterior.

Dados coletados pelo Cepea mostram que o volume de etanol hidratado vendido pelas usinas paulistas na última semana quase dobrou face ao período anterior, refletindo o aquecimento da procura pelo biocombustível. Além disso, segundo o Centro de Pesquisas, os valores ofertados por usinas para novos lotes atraíram distribuidoras. Ressalta-se que, nos últimos três anos, a quantidade comercializada de hidratado cresceu de setembro para outubro. Neste ano, especificamente, compradores também estão atentos aos menores stocks nas usinas face aos de 2024, contexto que pode estar a estimular os negócios neste mês.

Apesar do cenário de maior liquidez, levantamentos do Cepea mostram que as cotações seguiram estáveis no spot paulista. Entre 6 e 10 de outubro, o Indicador CEPEA/ESALQ do etanol hidratado para o estado de São Paulo fechou em 2,7156 reais por litro (líquido de ICMS e PIS/Cofins), pequeno recuo de 0,4% sobre o período anterior. Para o anidro, a variação foi negativa em ligeiros 0,36%, com o Indicador CEPEA/ESALQ a 3,1126 reais por litro, valor líquido de impostos (sem PIS/Cofins).

Por: Ericson Cunha
Fonte: Notícias Agrícolas

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