Mercado do açúcar inicia a semana em alta após perdas acumuladas na semana passada
Nesta segunda-feira (20), o mercado do açúcar registra alta superior a 1% nas bolsas internacionais. Em Nova Iorque, os contratos futuros para março/26 são negociados a 15.69 cents de dólar por libra-peso (+1.23%), maio/26 a 15.18 cents (+1.27%) e julho/26 a 15.04 cents (+1.28%). Em Londres, o contrato dezembro/25 também opera em campo positivo, cotado a US$444.10 por tonelada (+1.16%).
Na semana passada, o mercado ficou pressionado, encerrando a sexta-feira com perdas acumuladas de cerca de 4% em Nova Iorque e 3% em Londres. A desvalorização foi impulsionada pelas expectativas de maior oferta global e pelo avanço da produção no Centro-Sul do Brasil.
De acordo com Arnaldo Luiz Corrêa, diretor da Archer Consulting, o mercado enfrenta um momento de turbulência, sem dados concretos para direcionar as operações. A ausência do relatório do CFTC (Commodity Futures Trading Commission), devido ao shutdown nos Estados Unidos, aumentou a incerteza e tornou o cenário mais nebuloso.
No Brasil, apesar de alguns dados de safra disponíveis, há pouca clareza sobre os estoques e o ritmo efetivo de produção. Às vésperas do Sugar Dinner, evento tradicional do setor em São Paulo, o debate sobre o mix de produção ganha força. Corrêa comenta que a próxima safra deveria priorizar o etanol desde o início, devido à elasticidade de preço do biocombustível. Um aumento na oferta de etanol poderia ampliar sua participação no mercado interno e externo, mesmo que isso pressione os preços no curto prazo.
Por outro lado, o açúcar não enfrenta um teto de preços como o etanol, que é limitado pela paridade de 70% em relação à gasolina. Essa diferença pode pesar nas decisões de mix, especialmente com a expectativa de queda de 5% a 10% nos preços da gasolina, o que restringiria as margens do biocombustível.
Nas exportações brasileiras, o total de navios aguardando para embarcar açúcar nos portos brasileiros subiu para 90 na semana encerrada em 15 de outubro, contra 84 na semana anterior, segundo a agência marítima Williams Brasil. O volume agendado para carregamento aumentou para 3,727 milhões de toneladas, ante 3,608 milhões na semana anterior.
As exportações brasileiras de açúcar seguem aquecidas em outubro. De acordo com a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), a receita média diária com exportações de açúcar e melaços foi de US$ 90,156 milhões nos primeiros 8 dias úteis do mês, representando um aumento de 11,9% em relação à média diária de outubro de 2024.
O volume médio diário exportado foi de 225,179 mil toneladas, alta de 32,8% em comparação com as 169,516 mil toneladas diárias embarcadas em outubro de 2024. Apesar do aumento no volume, o preço médio caiu 15,7%, passando de US$ 475,20 por tonelada em outubro de 2024 para US$ 400,40 por tonelada em outubro de 2025.