Preços do açúcar caem cerca de 3% com perspectiva de maior produção no Brasil
Os preços do açúcar registraram forte queda nesta terça-feira (21), pressionados por novas projeções de aumento na produção brasileira para a próxima safra. As cotações recuaram cerca de 3% nas bolsas de Nova Iorque e Londres, refletindo o otimismo do mercado em relação à oferta global do adoçante.
Na Bolsa de Nova Iorque, o contrato março/26 caiu 3,1%, cotado a 15,24 cents/lbp, enquanto o maio/26 recuou 3,0%, para 14,75 cents/lbp. Os vencimentos julho/26 e outubro/26 tiveram perdas de 2,8% e 2,6%, respectivamente.
Em Londres, as baixas também foram expressivas. O contrato dezembro/25 encerrou o pregão a US$ 433,40 por tonelada, queda de 3,0%. O março/26 recuou 2,7%, o maio/26 perdeu 2,7% e o agosto/26 cedeu 2,6%.
De acordo com informações da Reuters, a pressão sobre os preços veio após estimativas divulgadas pela Datagro, que projetou um crescimento acima de 4% na produção de açúcar do Centro-Sul do Brasil na safra 2026/27, alcançando 43,2 milhões de toneladas.
Durante congresso promovido pela consultoria, o presidente da Datagro, Plinio Nastari, afirmou que a expansão se daria com a recuperação da moagem de cana, estimada em 625 milhões de toneladas, contra 607,38 milhões previstos para o ciclo atual (2025/26).
“A gente acha que uma boa estimativa para 26/27 de cana é algo em torno de 625 milhões, mas pode variar entre 605 e 640 milhões de toneladas”, destacou Nastari, ressaltando que o desempenho dependerá das condições climáticas.
A Datagro também projeta que o mix de produção voltado ao açúcar deve permanecer praticamente estável, em torno de 52% da cana moída, mantendo a tendência mais açucareira das últimas safras.
O relatório da consultoria indica ainda que, em 2025/26, o crescimento da produção de açúcar — projetado em 3,1% frente ao ciclo anterior — deve ocorrer principalmente em função da maior destinação de cana ao adoçante.