Mercado do açúcar busca estabilidade com projeções de safra recorde no Brasil em 2026/27
O mercado do açúcar se estabiliza nesta quarta-feira (22) após perdas consideráveis registradas no dia anterior, quando os preços recuaram até 3% devido à perspectiva de uma oferta global robusta. Em Nova Iorque, o contrato para março/26 é negociado a 15.37 cents por libra-peso (+0.85%), o maio/26 a 14.88 cents (+0.88%) e o julho/26 a 14.76 cents (+0.82%). Em Londres, o mercado também busca recuperação, com o contrato dezembro/25 cotado a US$ 438,50 por tonelada (+1.18%).
Segundo a consultoria Datagro, a produção de açúcar do Centro-Sul do Brasil na safra 2026/27 deve atingir um recorde de 44 milhões de toneladas, representando um aumento de 3,9% em relação ao ciclo atual. Durante o congresso da consultoria, o presidente Plinio Nastari destacou que o crescimento se deve à recuperação da moagem de cana, projetada em 625 milhões de toneladas, ante 607,38 milhões estimados para 2025/26. Nastari ponderou que a projeção pode variar entre 605 e 640 milhões de toneladas, dependendo das condições climáticas.
A próxima safra contará com baixa expectativa de cana bisada, devido aos impactos climáticos e aos incêndios que prejudicaram a moagem em 2025/26. O primeiro terço da safra 2026/27 será afetado por esses fatores, enquanto o segundo terço deve apresentar boas condições para as lavouras. O terceiro terço dependerá das chuvas em abril de 2026. Além disso, há uma tendência de ampliação do plantio por parte dos produtores.
A Datagro projeta que o mix de alocação de cana para açúcar em 2026/27 será de 52%, praticamente estável em relação ao ciclo atual. Em 2025/26, o crescimento da produção de açúcar, estimado em 3,1% em relação à safra anterior, foi impulsionado pela maior destinação de cana para o adoçante, enquanto o mix em 2024/25 foi de 48,1%.
A produção total de etanol (de cana e milho) em 2025/26 foi estimada em 33,23 bilhões de litros, uma queda de quase 5%, com as usinas priorizando a produção de açúcar em detrimento do biocombustível. Apesar disso, a produção de etanol de milho deve crescer quase 20%, alcançando cerca de 10 bilhões de litros. Para 2026/27, a produção de etanol de milho deverá aumentar entre 3 bilhões e 3,5 bilhões de litros em relação à safra atual, impulsionada pela competitividade do produto e pela entrada de novas usinas em operação.