Açúcar se recupera e volta a subir com valorização do real e cobertura de posições vendidas

Publicado em 29/10/2025 14:55
Após testar os 13 cents por libra-peso, mercado reage com alta nos contratos futuros em Nova Iorque e Londres

Nesta tarde de quarta-feira (29), o mercado do açúcar reverteu as perdas iniciais e passou a operar em alta. Em Nova Iorque, o contrato de março de 2026 subiu para 14.42 cents (+0.35%), enquanto os contratos de maio e julho de 2026 avançaram para 14.09 cents (+0.50%) e 14.03 cents (+0.57%), respectivamente. Em Londres, o contrato de dezembro de 2025 também registrou leve alta, sendo negociado a US$ 417,70 por tonelada (+0.14%).

A recuperação dos preços foi impulsionada pela valorização do real brasileiro, que atingiu hoje a maior cotação em 2,5 semanas frente ao dólar. Esse movimento desestimula as exportações de açúcar pelos produtores brasileiros, tornando o produto menos competitivo no mercado internacional. Como consequência, fundos realizaram uma leve cobertura de posições vendidas em contratos futuros, contribuindo para a alta nas cotações.

Arnaldo Luiz Corrêa, analista da Archer Consulting, destaca em sua análise semanal que o mercado está preso em um ciclo de pessimismo, amplificando os impactos negativos das projeções de superávit. Ele também alerta para o comportamento dos fundos, que ainda carregam posições vendidas significativas, estimadas em cerca de 200 mil contratos. Caso esses fundos decidam recomprar suas posições, o mercado pode experimentar uma recuperação técnica nos preços. No entanto, se essa recompra não ocorrer, o cenário pode se agravar, com os preços buscando novas mínimas.

Além disso, Corrêa ressalta que o mercado de açúcar tem uma característica cíclica: preços baixos tendem a ser o melhor remédio para preços baixos. Se o atual patamar se mantiver, é provável que haja cortes significativos nos tratos culturais, defensivos e fertilizantes, o que pode comprometer a produção futura. Ele relembra o ciclo de 1999/2000, quando o açúcar caiu para 4 cents por libra-peso, resultando em uma queda de 17% na produção do ano seguinte. Hoje, com o Brasil representando mais de 60% do fluxo global de açúcar, uma redução significativa na safra teria um impacto ainda maior no mercado internacional.

Por: Ericson Cunha
Fonte: Notícias Agrícolas

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