Sem Nova Iorque devido ao feriado nos EUA, mercado do açúcar opera no positivo em Londres

Publicado em 27/11/2025 08:54
Expectativa de chuvas até 30% abaixo da média no Centro-Sul e maior direcionamento da cana para etanol em 2026/27 ficam no radar

O mercado do açúcar opera em campo positivo nesta quinta-feira na bolsa de Londres. O contrato março/26 é negociado a US$ 436,70 por tonelada, alta de 0,71%. O vencimento maio/26 gira em torno de US$ 432,20 por tonelada (+0,72%), enquanto o agosto/26 registra US$ 427,00 por tonelada (+0,68%). Em Nova Iorque, não há pregão hoje em função do feriado de Ação de Graças nos Estados Unidos, mas o fechamento da véspera também foi de alta. O contrato março/26 encerrou cotado a 15,14 cents de dólar por libra-peso (+1,54%) e o maio/26 a 14,68 cents/lbp (+1,59%).

Em entrevista ao Notícias Agrícolas, o analista da Safras & Mercado, Mauricio Muruci, destacou que a perspectiva de uma produção menor no Brasil é um dos elementos centrais para a recente recuperação das cotações. Segundo o analista, há expectativa de chuvas abaixo da média nas áreas de cana do Centro-Sul durante a entressafra, em dezembro deste ano e, especialmente, em janeiro de 2026, quando o volume de precipitação pode ficar até 30% inferior à média histórica. “Quando essa informação ganhar mais força no noticiário nacional e internacional, teremos um movimento ainda mais intenso nos preços do que estamos observando agora”, avaliou.

Diante desse cenário, a Safras & Mercado vê espaço para que os preços entrem em uma trajetória mais acentuada de alta até janeiro e fevereiro do próximo ano, com possibilidade de as cotações em Nova Iorque se aproximarem de 18 cents/lbp, em função principalmente do fator climático.

Além do clima, Muruci chama atenção para a mudança esperada no mix de produção a partir da próxima safra. Após um ano mais açucareiro, o ciclo 2026/27 tende a ser marcado por uma inversão, com maior direcionamento da cana para a produção de etanol. A expectativa é de que o biocombustível responda por cerca de 53% do mix, enquanto o açúcar fique em torno de 47%, praticamente o inverso do que ocorreu na temporada atual.

“Vai haver uma inversão quase completa no perfil de produção. As usinas do Centro-Sul já têm entre 73% e 78% da safra do próximo ano fixada”, ressaltou o analista. Segundo ele, esse planejamento antecipado reflete a estratégia das unidades de aproveitar os preços mais atrativos do etanol, movimento que tende a limitar a oferta de açúcar e a sustentar as cotações no mercado internacional.

Por: Ericson Cunha
Fonte: Notícias Agrícolas

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