Açúcar recua no início de dezembro após fechar novembro com valorização

Publicado em 01/12/2025 08:46 e atualizado em 01/12/2025 10:02
Mercado volta a cair com pressão da oferta global e expectativa de exportações da Índia

Nesta segunda-feira (1º), o mercado do açúcar volta a operar em queda após encerrar a semana anterior em campo positivo, com valorização superior a 3%. Em Nova Iorque, o contrato março/26 recua 1,84%, sendo negociado a 14,93 cents de dólar por libra-peso, enquanto o maio/26 cai 1,83%, cotado a 14,46 cents, e o julho/26 recua 1,77%, a 14,42 cents. Em Londres, as perdas são mais expressivas: o contrato março/26 é negociado a US$ 426,40 por tonelada, queda de 2,09%.

O mercado internacional de açúcar tentou se recuperar ao longo de novembro, com uma correção técnica após atingirem mínimas de cinco anos, em 14,04 cents, movimento sustentado por compras de cobertura e ajustes de posição. Um dos fatores de pressão no mercado vem da expectativa de aumento nas exportações indianas. O governo da Índia planeja autorizar a exportação de 1,5 milhão de toneladas de açúcar na nova safra, já que a redução no volume destinado à produção de etanol pode gerar um excedente interno maior. Entretanto, há incertezas sobre como o plano será implementado, uma vez que os preços internacionais estão significativamente abaixo dos preços domésticos indianos. Analistas da Green Pool destacam que não está claro se as usinas indianas aceitariam exportar com prejuízo, a menos que haja subsídios governamentais.

De forma geral, o mercado futuro de açúcar segue pressionado por um cenário de ampla oferta global. A Organização Internacional do Açúcar (ISO) projeta um superávit global de 1,63 milhão de toneladas na safra 2025/26, impulsionado pelo aumento na produção. Segundo o órgão intergovernamental, a produção mundial deverá crescer 3,15%, alcançando 181,77 milhões de toneladas, enquanto o consumo global deve avançar apenas 0,6%, para 180,14 milhões de toneladas, cenário que reforça a tendência de preços moderados no curto prazo.

Por: Ericson Cunha
Fonte: Notícias Agrícolas

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