Açúcar mantém movimento de alta nessa quarta-feira (03)

Publicado em 03/12/2025 09:20 e atualizado em 03/12/2025 13:38
Avanço da produção indiana limita ganhos mais expressivos

Os preços do açúcar seguem em alta nesta quarta-feira (03), mantendo o movimento positivo iniciado no início da semana. Em Nova Iorque, o contrato março/26 é negociado a 15,07 cents de dólar por libra-peso (+0,60%), o maio/26 a 14,57 cents (+0,69%) e o julho/26 a 14,51 cents (+0,76%). Em Londres, o março/26 também opera valorizado, cotado a US$ 431,50 por tonelada (+0,49%).

O avanço das cotações é sustentado, principalmente, pela perspectiva de redução na produção europeia. De acordo com informações apresentadas durante a conferência anual de produtores de cana e beterraba, realizada em Londres, os agricultores devem reduzir em cerca de 10% a área plantada para a safra 2026/27, após uma retração semelhante já observada em 2025/26. Essa diminuição no cultivo da beterraba sacarina tende a impactar a oferta de açúcar no continente, reforçando o viés altista do mercado global.

Apesar do suporte europeu, o mercado segue altamente sensível às notícias vindas de grandes países produtores, especialmente da Índia. Na última sexta-feira, os preços do açúcar atingiram os maiores níveis em seis semanas, impulsionados por preocupações com a oferta global. Contudo, na sessão anterior, as cotações voltaram a recuar para mínimas de uma semana após a divulgação de dados mais robustos da produção indiana.

A Associação Indiana de Usinas de Açúcar (ISMA) informou que a produção do país entre outubro e novembro aumentou 43% em relação ao mesmo período do ano passado, totalizando 4,11 milhões de toneladas. Esse avanço é resultado de melhores taxas de recuperação e ritmo acelerado de moagem nos principais estados produtores.

Em Maharashtra, maior estado produtor do país, a produção mais que triplicou, alcançando 1,7 milhão de toneladas. Em Uttar Pradesh, no norte, houve crescimento de 9%, para 1,4 milhão de toneladas, enquanto em Karnataka, no sul, a produção caiu para 774 mil toneladas, impactada por protestos de produtores que pedem preços mais altos para a cana.

Por: Ericson Cunha
Fonte: Notícias Agrícolas

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