SP: Cana-de-açúcar perde força e eucalipto surge como alternativa

Publicado em 27/04/2009 14:14

Cessado o apogeu das lavouras de cana-de-açúcar, que ainda predominam nas paisagens rurais no Estado, mas que perdem gradativamente espaço devido ao atual quadro de dificuldades vivenciado pelo setor sucroalcooleiro, novas alternativas surgem para suprir a lacuna prestes a surgir com a substituição dos canaviais.

Na região administrativa de Bauru e municípios próximos, o panorama não é diferente. Anunciados nesta semana pelo governador José Serra, os dados do projeto “Lupa” (Levantamento Censitário das Unidades de Produção Agropecuária), já evidenciam a perda de espaço dos canaviais para culturas alternativas, entre elas, apontada como importante viés econômico para os próximos anos, a silvicultura.

As plantações de eucalipto, conforme o levantamento, feito pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento, em parceria com a Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati) e Instituto de Economia Agrícola (IEA), já figuram como a terceira mais importante cultura, não apenas na região de Bauru, mas nas áreas ao redor dos municípios de Botucatu e Jaú.

O crescimento na produção de eucalipto, apesar de ligeira estagnação, motivada pela crise financeira mundial, testemunha Maurício Lima Verde, presidente do Sindicato Rural de Bauru, é um dos reflexos do fim do ápice do ciclo canavieiro, que, após a queda no preço do barril do petróleo, perdeu os holofotes da “busca por fontes alternativas de energia” observados nos últimos anos. “Houve uma grande corrida pela cana, mas hoje o açúcar é melhor negócio que o próprio álcool”, comenta o dirigente.

Lima Verde recorda o incentivo, observado até dois anos atrás, ao cultivo da cana-de-açúcar por meio da promessa governamental da implantação de usinas de biodiesel no interior do Estado, com a previsão do funcionamento das mesmas até o ano que vem, o que, de acordo com presidente do sindicato bauruense, dificilmente ocorrerá.

A dificuldade no setor sucroalcooleiro, acentuada pelo atual quadro de crise financeira, é evidenciada pela falta de pagamento em contratos de arrendamento de terras, o que incentiva proprietários ou a migrarem para outras culturas ou estabelecer vínculos com plantadores de outras modalidades agrícolas. “As usinas não estão honrando seus contratos”, afirma Nelson Castanho, presidente do Sindicato Rural em Lins, onde, apesar da resistência dos canaviais na liderança agrícola, a pecuária de corte, que já é a principal atividade de exploração animal nessa região, pode aparecer como alternativa para as áreas antes plantadas.

Tendências

Além de provável substituto para as áreas atualmente ocupadas pela cana-de-açúcar, o eucalipto, reforça o presidente do Sindicato Rural em Bauru, também cresce em terrenos ocupados por outras culturas perenes, entre elas as glebas tradicionalmente cafeicultoras próximas a Garça e Marília. Em Paulistânia (48 quilômetros de Bauru), por exemplo, conforme pesquisa do Lupa, a silvicultura ocupa a maior parte das áreas plantadas, com mais de 6,3 mil hectares, atrás apenas das pastagens.

Já em Itápolis, a cultura canavieira, de acordo com o recente levantamento anunciado pelo Governo do Estado, sobressai de forma apertada sobre os laranjais, respectivamente, com 34 mil e 31 mil hectares, aproximadamente.

 

Fonte: JCNet

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JCNet

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