Ferrugem de cana é confirmada em 8 cidades

Publicado em 19/01/2010 08:15
Fungo reduz produtividade da lavoura em 20%; estudo indica potencial de prejuízo de até R$ 1 bilhão
Focos da ferrugem laranja da cana-de-açúcar foram confirmados pelo Ministério da Agricultura em oito cidades da região de Ribeirão Preto, tradicional polo sucroalcooleiro.

Além de Rincão (310 km de São Paulo), que teve o primeiro caso registrado no país, o fungo que reduz a produtividade da lavoura em 20%, em média, foi achado em Ribeirão, Ibaté, Guariba, Altinópolis, Cajuru, Luiz Antonio e Sertãozinho.

Na região de Campinas, Araras e Conchal também tiveram focos da doença confirmados. O diretor do departamento de sanidade vegetal do ministério, Odilson Silva, disse que as áreas identificadas são, por enquanto, "pontos isolados".

Estudos financiados pelo ministério estimam prejuízos de R$ 300 milhões a R$ 1 bilhão por ano, dependendo do alcance da doença.

Durante reunião ontem, em São Paulo, técnicos de entidades ligadas ao setor sucroalcooleiro e órgãos de governo definiram medidas para conter a ferrugem no Brasil. Um grupo consultivo foi formado para orientar as ações. A principal forma de combate será a substituição das lavouras suscetíveis por variedades de cana resistentes ao fungo.

Segundo Silva, há um fungicida em processo de licenciamento no país, mas não será recomendado como primeira opção. "Às vezes, para o produtor que acaba de plantar a variedade suscetível, fica caro fazer a substituição. Nesse caso, haverá a opção do fungicida."

Aéreas suscetíveis

As duas variedades genéticas da cana mais frágeis à doença, conhecidas como 454 e 1.115, estão presentes em 228 mil hectares em São Paulo, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, de acordo com levantamento da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos). A área corresponde a 7,6% dos cerca de 3 milhões de hectares de cana distribuídos em 132 propriedades pesquisadas.

Outras três variedades se mostraram parcialmente suscetíveis. A lista das variedades vulneráveis, no entanto, pode crescer, de acordo com o engenheiro agrônomo Enrico Arrigoni, do CTC (Centro de Tecnologia Canavieira).

"Os técnicos farão mais observações de campo e, com isso, é provável que o fungo seja encontrado em outras variedades", disse. Ao menos 34 variedades já foram testadas pelo CTC. Estima-se que existam cerca de 80 no país.

O presidente da Orplana (Organização dos Plantadores de Cana da Região Centro-Sul do Brasil), Ismael Perina, afirmou que a situação preocupa.

"Temos de esperar para ver o que vai acontecer, mas é fato que a queda na produtividade vai atingir o caixa dos produtores", afirmou.
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Fonte:
Folha de SP

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