Fim da colheita de cana derruba emprego na indústria de SP em dezembro

Publicado em 19/01/2010 13:22

O fim da colheita de cana-de-açúcar em dezembro fez com que o emprego na indústria de açúcar e álcool registrasse queda de 27,9% no último mês de 2009. A redução puxou para baixo o nível de emprego na indústria de São Paulo, que registrou o fechamento de 67 mil vagas no mês.

Apenas no setor de açúcar e álcool, a redução foi de 46.861 vagas em dezembro, contra 20.139 postos fechados nos outros setores. Ao todo, a queda no emprego industrial de São Paulo em dezembro foi de 3%, nos dados sem ajuste sazonal.

O diretor do Depecom (Departamento de Pesquisas Econômicas) da Fiesp, Paulo Francini, ressaltou, porém, que a queda no último mês do ano já era esperada, e ficou no mesmo nível de dezembro de 2007 (-3,25%), ano em que não houve crise.

Em todo 2009, as indústrias ligadas à cana registraram criação de vagas, de 2.434, ou 0,11%, reduzindo o impacto dos outros setores (-4,43%), e fazendo com que o setor industrial no Estado de São Paulo fechasse o ano em queda de 4,32% no nível de emprego (-98 mil vagas).

O número, divulgado nesta terça-feira pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), ficou levemente abaixo das previsões da entidade para o ano, de queda de 4,7%, ou fechamento de 105 mil vagas.

Entre os 22 setores pesquisados pela Fiesp, apenas cinco tiveram desempenho positivo em 2009, com destaque para confecção de artigos de vestuário e acessórios (1,5%) e produtos diversos (1,3%).

Entre os 17 setores que mais demitiram que contrataram no ano passado, o pior desempenho foi de outros equipamentos de transporte, exceto veículos automotores, com queda de 22,5% no nível de emprego ante 2008, seguido de metalurgia (-12%).

2010

Para este ano, Francini afirmou que a previsão da Fiesp para o emprego industrial em São Paulo é de crescimento de 6,3% --com o nível de atividade em alta de 12%.

Ele ressaltou, porém, que o nível de postos de trabalho só deve retornar aos patamares de setembro de 2008 --mês que marcou o agravamento da crise financeira-- no início de 2011. Isso porque o emprego retorna mais lentamente que a atividade, já que a indústria se habitua a produzir mais, com menos gente.

Entre outubro de 2008 e dezembro de 2009, a indústria paulista registrou o fechamento de 262 mil postos de trabalho, queda de cerca de 7%.

Francini ressaltou que as projeções para este ano estão otimistas. "Estamos passando por uma fase de convergência de expectativas, quase uma homogeneidade, de que 2010 terá desempenho positivo", afirmou.

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Fonte:
Folha Online

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