RS: Com incentivos, usina começa a sair do papel

Publicado em 20/01/2010 07:11
Projeto em São Luiz Gonzaga tem investimento previsto de R$ 320 milhões
Daqui a três anos, o Rio Grande do Sul terá uma usina de etanol que também vai gerar energia elétrica com o bagaço da cana-de-açúcar. O empreendimento inédito no Estado, localizado em São Luiz Gonzaga, nas Missões, receberá incentivos fiscais e investimento de R$ 320 milhões.

Um protocolo de intenções para a concessão de benefícios à empresa Noroesthe Bioenergética (Norobios), nos primeiros oito anos de operação, foi assinado ontem pela governadora Yeda Crusius. A usina terá abatimento de 75% do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) nos quatro anos iniciais. Depois, o desconto será de 50% do quinto ao oitavo ano, de acordo com o secretário adjunto da Secretaria do Desenvolvimento e dos Assuntos Internacionais, Josué de Souza Barbosa.

No final do segundo semestre, as obras da usina deverão ser iniciadas. No entanto, dependem ainda da aprovação de financiamento bancário, conforme o diretor-presidente da Norobios, Claudio Morari. Do investimento total, R$ 250 milhões serão na planta e R$ 70 milhões em equipamentos para o corte, carregamento e transporte da cana. Vencida a luta pelo zoneamento da cana no ano passado e, agora, a da busca por incentivos, resta acertar financiamentos.

– Estamos na etapa de estruturação financeira do projeto – conta Morari.

Yeda, ao chegar ao município, destacou que o empreendimento simboliza um novo ciclo produtivo, que deverá ser reproduzido em outras regiões gaúchas. Atualmente, a maior usina de álcool combustível em atividade no Estado é a Coopercana, em Porto Xavier, mas o Rio Grande do Sul produz apenas 2% do etanol que consome.

Para o começo da operação, na safra 2012/2013, serão necessários 6 mil hectares cultivados com cana-de-açúcar. Atualmente, há 250 hectares. Nos primeiros anos, a usina vai moer 650 mil toneladas da matéria-prima, de acordo com Morari. Depois, para a obtenção dos 120 milhões de litros de etanol por ano, passarão a ser processadas 1,450 milhão de toneladas de cana. A área a ser plantada para garantir a produção terá de ser de 18 mil hectares. O fornecimento da cana está a cargo de 70 agricultores da região, que formaram um grupo chamado Canasul.
Fonte: Zero Hora

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