Produção de açúcar da Índia deverá aumentar

Publicado em 18/03/2010 09:22
Os preços do açúcar na bolsa de Nova York recuaram 36% em seis semanas, e a expectativa sobre o que vem pela frente, que já não era pequena, agigantou-se. Representantes de usinas grandes, médias e pequenas estavam atentos ontem ao que Rakesh Bhartia, um indiano com larga experiência no mercado de cana-de-açúcar e álcool tinha a dizer.

E eis que Barthia, que participou em São Paulo de um seminário sobre as perspectivas para o setor sucroalcooleiro promovido pelo Rabobank, surgiu com uma notícia boa e outra ruim para os usineiros do Brasil.

A ruim é que a produção de açúcar na Índia, na safra que se inicia em outubro deste ano - a 2010/11 -, tem potencial para crescer até 50% e atingir 24 milhões de toneladas. A boa é que ainda assim o volume não será suficiente para gerar excedentes mundiais elevados .

Barthia, que atualmente é CEO da empresa química India Glycols Limited, disse que um importante fator que define o tamanho da safra indiana - que tem ciclo de apenas dois anos - é o preço pago pela cana-de-açúcar ao produtor. E eles começaram a aumentar em 2009 e avançam este ano. "Esse valor cresceu 28% em 2009, 56% em 2010 e, com o ano eleitoral na Índia, há chances de aumentar ainda mais", alertou Bhartia sobre o potencial de aumento da produção para 2012.

Também reforça a tendência de grande safra em 2012, o fato de os preços pagos ao produtor por culturas concorrentes, como trigo e arroz, não terem subido em 2010, segundo Barthia.

Apesar da previsão de uma grande safra também no Brasil para 2010/11, Andy Duffy, do Rabobank, não aposta em fortes quedas no preço da commodity, pelo menos, do ponto de vista de fundamentos. "A relação de estoque e consumo vai crescer, mas sem atingir a média histórica, ou seja, não deve haver um grande excedente na temporada".

O Rabobank prevê, em um cenário altista, preços do açúcar retomando os níveis de 19 a 24 centavos de dólar por libra-peso e, em um contexto baixista, preços entre 15 e 21 centavos de dólar por libra-peso, que ainda são considerados bons, segundo Duffy. "Mas é preciso ponderar que o modelo não capta outros fatores que acontecem no mercado, sobretudo o comportamento dos fundos", avisa Duffy.

O custo de produção do açúcar no Centro-Sul do Brasil posto no porto está em torno é de 15 centavos de dólar por libra-peso, segundo a consultoria Datagro.

A previsão do Rabobank é de que produção mundial de açúcar no ciclo 2010/11 vai crescer 11%, de 159,6 milhões de toneladas para 176,4 milhões. A instituição espera para o Brasil uma moagem de até 654 milhões de toneladas, uma produção de etanol da ordem de 29 bilhões de litros, e um volume de açúcar de 38 milhões de toneladas.
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Fonte:
Valor Econômico

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