O destino da cana

Publicado em 25/03/2010 08:41

O preço internacional do açúcar reagiu na Bolsa de Nova York. A alta foi de 6,3%. Essa recuperação não foi suficiente para reverter a queda acumulada desde o começo do ano. Nas usinas de São Paulo, a moagem de cana foi retomada, hora de decidir o que fazer com a safra.

As usinas da região centro-sul do país já começaram a moagem da cana. Por causa da forte demanda e conseqüente valorização do açúcar no ano passado, a preferência era por esse produto. Mas os contratos do açúcar negociados na Bolsa de Nova York vem caindo nas últimas semanas. Desde o começo de fevereiro, a queda é 42%.

Apesar da redução registrada nos últimos meses, o preço internacional do açúcar ainda é compensador. Foi o que explicou Bernardo Biagi, diretor de uma usina em Batatais. Apesar da queda no preço, a empresa planeja produzir mais açúcar este ano.

“Os preços estavam excelentes. Hoje, eu diria que estão bons. Muito piores do que estavam, mas muito melhores do que estavam no ano passado e no ano retrasado”, comparou Biagi.

Esse otimismo dos usineiros tem sentido. Mesmo com a redução registrada nos últimos meses, o preço internacional do açúcar ainda está 24% maior do que o obtido no mesmo período do ano passado.

Para o analista de mercado Marco Antônio Conejero o Brasil deve se manter como principal exportador mundial uma vez que a Índia ainda não está com a produção totalmente recuperada.

“Outro aspecto a se considerar é a entrada de fundo de investimento no mercado de commodities agrícolas, como é o açúcar. Esses fundos causam uma distorção no preço final. Então, tem-se um reflexo de alta de preço por conta da Índia sair do mercado internacional, mas também tem uma forte pressão desses fundos causando especulação de preços. Então, movimentos de alta de preços e movimentos de queda de preços”, explicou Conejero.

Na safra passada, cinquenta e sete por cento da cana foi transformada em álcool e 43% em açúcar.
Fonte: Globo Rural

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