Senador questiona a suspensão do plantio de cana na região do Alto Rio Paraguai

Publicado em 02/06/2010 13:35

O senador Jorge Yanai esteve presente, ontem (1º/6), na Audiência Pública da Comissão de Agricultura e Reforma Agrária, que fora convocada com o objetivo de debater o Decreto nº 6.691/2009, que aprova, a partir da safra de 2009/2010, o Zoneamento Agroecológico da Cana-de-Açúcar para produção de etanol e açúcar.

Como convidados, estavam presentes: Celso Manzatto (chefe geral de Meio Ambiente da Embrapa), João Baptista Ferraz (pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia – INPA), João Vila (engenheiro da Embrapa) e Roberto Vizantin (diretor do Departamento de Zoneamento Territorial do Ministério do Meio Ambiente - MMA). O Decreto estabeleceu, em 2009, a proibição do plantio da cana-de-açúcar em 81,5% do território brasileiro, incluídos os Biomas do Alto Rio Paraguai, do Pantanal e da Amazônia.

Durante a sessão, o senador Yanai pediu a palavra e ponderou: “queria mencionar aqui que sou de Mato Grosso, moro no Norte daquele estado há mais de 30 anos, em uma cidade chamada Sinop. Quando para lá me dirigi, foi atendendo ao chamado do Presidente da época, que incentivava a ocupação da região. Eu, como todos que lá residem, considero a preservação do Meio Ambiente uma das coisas mais importantes. Meus filhos foram criados lá, meus netos moram lá. É meu desejo criar para eles um futuro cada vez melhor. Porém, é preciso olhar a situação com equilíbrio e fazer uma reflexão maior sobre a área da Bacia do Alto Paraguai.”

Ainda sobre a região, sugeriu: “Aquela área deve ser objeto de mais estudos e discussões para que a população que lá reside não seja prejudicada. Existem muitas pessoas que dependem da cultura na região para sobreviver e que merecem ser beneficiadas pelos impactos positivos já aqui citados. Quanto à Amazônia e ao Pantanal, eu entendo, mas a Bacia do Paraguai abrange cerca de 5 milhões de hectares. Não há razão para que toda essa terra fique excluída da produção de cana”.

Em resposta a essas considerações do senador, o diretor do Departamento de Zoneamento Territorial do MMA, Roberto Vizentin, respondeu: “senador, entendo sua preocupação. Lembro-me de V.Exa. da época em que eu era ainda criança. O Sr. foi amigo do meu pai, Pedro Vizantin, ou Pedro Pepita, como era conhecido por muitos. O Sr. foi um médico sempre muito bem conceituado naquela região e suas palavras sempre bem acolhidas. Na verdade, a área em questão está pagando o preço pela imagem negativa que se formou em decorrência dos conflitos ali existentes. Na verdade, ainda pairam dúvidas sobre o comportamento dos sistemas produtivos na região e suas consequências”.

Yanai completou: “Fico satisfeito com a resposta. Então, a constatação é de que ainda existem dúvidas? Acredito é que existam questões políticas envolvendo o tema e, daí, a maior necessidade de se revisar o Decreto, para não torná-lo injusto”.

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