Açúcar: Órgão Gestor de Mão de Obra foi avisado sobre safra recorde no Porto de Santos, desabafa empresário
“Falamos [para o Ogmo] que esta safra seria e é uma das maiores da história do Brasil e que faltava trabalhador portuário com condições físicas para aguentar o tranco. Gente tem, mas poucos vão para o açúcar porque a mão de obra não foi renovada. Nada fizeram. Hoje, o maior problema é a falta de pessoal para o açúcar. Aí o navio não sai, formam-se filas e a situação é caótica”.
Os empresários do setor açucareiro estão à beira de um ataque de nervos por conta de falhas de logística no Porto de Santos. As filas de caminhões crescem a cada dia, o número de navios parados na barra à espera de um espaço livre para atracar bate recordes diários e a falta de mão de obra para encher os porões das embarcações atrasa os embarques de forma gritante.
O Porto de Santos movimenta, ao ano, cerca de 20 milhões de toneladas de açúcar. Os mercados que mais aguardam pelo fim das filas são a Índia e o Paquistão, para onde vão pelo menos 50% do total movimentado ao ano. Além da falta de mão de obra para o serviço, outro problema é a chuva. Quando ela chega, o serviço é interrompido, pois os berços de atracação em Santos não têm cobertura.
“Não se trata de ameaça, apenas um fato concreto. Tem comprador de açúcar querendo cancelar o contrato, pois a mercadoria está saindo tardiamente do Porto de Santos. Quem quer o açúcar velho? Está formada uma bola de neve que precisa ser dissolvida, sob risco da imagem do Brasil ficar queimada lá fora”.