PE: Enchentes deixam safra de cana-de-açúcar deste ano 6% menor
A colheita da cana já começou na região, garantindo trabalho para milhares de pessoas no estado (foto 1). "Até final de abril, início de maio, o emprego deles está garantido. Depois, quando começar a entressafra de novo... Mas a partir de terça-feira tem serviço", explica o canavieiro Luís Carlos de Lima.
Além de prejudicar o plantio, a cheia também afetou a estrutura física das usinas. Na Catende (foto 2), uma das maiores usinas do estado, a moagem deve atrasar um mês e meio, comprometendo a renda da s 4,5 mil famílias que dependem diretamente dela. A água atingiu quase dois metros em um dos galpões, deixando turbinas e equipamentos submersos, cobertos pela lama. Os danos causados ainda não foram totalmente reparados, muitas máquinas ainda estão sem funcionar (fotos 3 e 4).
Antes de começar a moagem, foi preciso reparar alguns danos, como desmontar as moendas (foto 5) para limpar por dentro, retirando terra e lama. A enxurrada levou embora também a base do tanque (foto 6) onde era armazenada a água das caldeiras e o galpão veio abaixo. De acordo com o gerente administrativo da usina Catende, Juan Nordase (foto 7), o prejuízo é de aproximadamente R$ 22 milhões. "Se não chegasse a moer seria um desastre. Além disso, esta usina está vinculada a cinco municípios, com muitos trabalhadores e produtores de cana. Em torno de 20 mil pessoas seriam seriamente afetadas", diz.
Pelo menos R$ 12 milhões seriam necessários, segundo Nordase, para a usina voltar a funcionar. "Enquanto não liberam crédito para a massa falida, uma das fontes de possível financiamento seria própria, através de venda antecipada, que é muito ruim porque compromete a produção e os preços caem, ou via governos", explica Nordase.
Governo
A Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco informou por meio de uma nota que está impossibilitada de destinar recursos à massa falida da usina Catende, por causa de compromissos não honrados da mesma com o Banco do Brasil e a Conab.