Com desequilíbrio entre oferta e demanda, açúcar pode voltar às maximas de 30 anos

Publicado em 25/10/2010 15:25
De acordo com analistas, o açúcar pode voltar a atingir as máximas de 30 anos, as mesmas vistas no início do ano. A alta é resultado de um desequilíbrio entre oferta e demanda e também do aumentos dos investimentos de fundos nos mercados futuros da commodity. Na ICE Futures US,NY, cotação do contrato março do açúcar bruto chegou a 28,95 cents por libra-peso nesta segunda-feira, a maior em nove meses, perto dos 30 cents alcançados no início de 2010.

"Inicialmente, calculávamos um superávit de 2,5 milhões de toneladas em 2010/11, mas agora o mercado está caminhando para um déficit. Os preços podem superar as máximas (do início do ano)", disse Peter de Klerk, da trading britânica Czarnikow, previu. "Vemos um renovado interesse das instituições financeiras nas commodities em geral", comentou Sergey Gudoshnikov, economista sênior da Organização Internacional do Açúcar (ISO, em inglês).
 
Ao longo do primeiro semestre, os interesses dos participantes do mercado na ICE Futures foi diminuindo, porém voltou a crescer e na semana passada e sua posição comprada havia atingido 164.284 contratos. "O mercado futuro de Nova York, e provavelmente o de Londres, está muito nervoso neste momento, a aponta para chances de um aumento no investimento especulativo", alertou o ABN Amro Bank.

Os estoques mundiais estão no nível mais baixo em duas décadas depois de duas safras consecutivas de déficit de oferta, e essa redução serve como uma sustentação para os preços. A queda na produção global em 2008/09 e 2009/10 baixou em 25,9 milhões de toneladas o volume de açúcar armazenado, deixando o mercado exposto a eventuais choques de oferta.

"Há uma demanda em ascensão, estoques baixos e preços que os importadores não estão aceitando pagar", descreveu Cyrus Raja, gerente de assuntos corporativos da maior refinaria do globo, Al Khaleej Sugar. Entretanto, no início do ano esperava-se um superávit na produção mundial. Porém, problemas na Rússia, no Paquistão e em outros países reduziram a perspectiva da safra.

Já no Brasil, a expressiva ausência de chuvas deste ano não teve sérias consequências na sefra 2010/11. No entanto, a estiagem pode causar o primeira queda na produção na próxima safra. Nos portos de Santos de Paranaguá, os embarques de açúcar se atrasaram e isso também contribuiu para o avanço dos preços no mercado internacional.

Na Índia, onde a previsão de uma safra de 25 milhões de toneladas em 2010/11 provocou algum alívio, o governo debate se permitirá as exportações do produto. Inundações no estado de Uttar Pradesh, o maior produtor, atrasaram o processamento e podem reduzir a produtividade da cana. "Há muita pressão das usinas indianas para que o governo permita as exportações, mas parece que a autorização para as vendas externas virá só quando houver uma ideia mais concreta a respeito da produção", afirmou Nick Penney, da Sucden Financial. Até que essa dúvida seja sanada, o que deve acontecer apenas em 2011, os preços devem seguir em alta.

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Fonte:
Redação NA

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