Unica planeja ir à OMC para garantir venda do etanol a EUA e Europa

Publicado em 27/10/2010 06:43
A União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) poderá recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC) para garantir a exportação de etanol para os Estados Unidos e para os países da Europa.

O presidente da Unica, Marcos Jank, disse ontem (26) que regras para importação de biocombustíveis desses países podem diminuir o potencial de comercialização do álcool brasileiro em nações desenvolvidos.

Jank destacou que cálculos de sustentabilidade adotados nos EUA e em estudos na Europa responsabilizam indiretamente o setor sucroalcooleiro pelo desmatamento de biomas brasileiros. Baseados neles, europeus e norte-americanos poderiam criar barreiras ao etanol alegando que seu consumo é responsável por alto índice de emissões de gases causadores do efeito estufa, como o dióxido de carbono.

Ele afirmou, entretanto, que 99% da produção de cana-de-açúcar do País é feita em áreas que já eram usadas para a agricultura ou pecuária: "Por isso, é injusta a afirmação de que o etanol tem efeito indireto sobre o desmatamento ou de que ele tem um alto índice de emissão de gases de efeito estufa".

Dados da Unica mostram que a queima do etanol de cana-de-açúcar emite 90% menos gases do que a da gasolina.

"A gente tem que se defender", afirmou Jank, depois de participar de um seminário sobre a agricultura e carbono. "Esperamos que as regras [para exportação] sejam compatíveis. Se não forem, nós vamos entrar na OMC."

Biodiesel

O aumento da mistura do biodiesel no diesel mineral depende de um novo marco regulatório para o setor, de acordo com o presidente da União Brasileira do Biodiesel (Ubrabio), Odacir Klein.

Segundo ele, o marco regulatório prevê apenas a adição de até 5% no biodiesel, que estava previsto para 2013 mas foi adiantado para 2010 em função da grande oferta no País.

"A capacidade produtiva de biodiesel existente no Brasil hoje já é suficiente para implementarmos a mistura de 10% sem problemas", afirma Klein.

O executivo afirma que o mercado está estagnado, com capacidade de 5,1 bilhões de litros, mas demanda efetiva de apenas 2,4 bilhões de litros.

"Se não houver um novo marco regulatório que mostre um crescimento gradual da mistura no médio e longo prazo, dificilmente haverá novos investimentos no setor", afirmou. O setor trabalha com a possibilidade de uma mistura de 20% de biodiesel no diesel em 2010.

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Fonte:
DCI

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