Área para cana fica estagnada na região de Ribeirão Preto

Publicado em 10/11/2010 07:04
Canaviais ocuparam 1,808 mi de hectares na safra, uma alta de 0,2%. A reforma de canaviais, necessária para garantir os índices de produtividade, recuou na atual temporada
A área reservada para o plantio de cana na região ficou estagnada na safra atual, na comparação com a temporada passada. É o que mostra o Canasat, que monitora os canaviais por satélite.

A área total cultivada nas 89 cidades da região atingiu 1,808 milhão de hectares, o que corresponde a uma variação positiva de apenas 0,2% ante 2009/ 2010.

Essa área total inclui os canaviais que estavam disponíveis para colheita e aqueles que estão em reforma, para produção apenas na próxima temporada.

Além do fator financeiro, que é apontado como um dos motivos que dificultaram a ampliação da área plantada, a ausência de espaço para expansão também é uma das causas da estagnação.

"Há um pouco mais de espaço na região de Barretos, mais na proximidade da divisa com Minas, mas no restante as áreas para expandir são muito pequenas", disse o assessor técnico da Canaoeste (Cooperativa dos Plantadores de Cana do Oeste do Estado), Oswaldo Alonso.

Sobre a situação financeira, ele disse que a maioria dos produtores ainda está cautelosa no que se refere a grandes investimentos para ampliação dos canaviais.

"Os produtores amargaram preços baixos nas últimas safras e não querem fazer novas dívidas antes de pagar as que já têm."

Produtividade

Se por um lado o espaço para plantar cana é cada vez mais restrito, por outro a demanda por açúcar e etanol só tende a crescer. A saída é ampliar a produtividade.

Na região, porém, esse aumento poderá esbarrar em outra questão: a falta de renovação adequada dos canaviais, que deve ser feita após cinco ou seis períodos de cortes. O problema é que, além de a área de plantio não ter crescido, a situação financeira também dificultou a reforma dos canaviais.

Esse deficit de renovação tem efeitos diretos na produtividade: enquanto um canavial de primeiro corte registra uma média de 110 toneladas de cana por hectare, o que está no quinto ou sexto cortes tem média de 70 a 75 toneladas por hectare.

Para o professor de estratégia da USP Marcos Fava Neves, a situação financeira dos produtores tende a se recuperar a partir de agora, com os preços melhores e as boas perspectivas do setor.

Sobre a necessidade de aumento de produtividade, Neves disse que, além da reforma dos canaviais em índices adequados, novas tecnologias também ajudarão.

Novas variedades poderão elevar em até 15% a tonelagem de cana por hectare.

Fonte: Folha de São Paulo

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