Queima de resíduos da cana com dias contados
Com a atual de demanda nacional e internacional pelo desenvolvimento sustentável e o Brasil ganhando cada vez mais destaque no plantio de cana-de-açúcar, principalmente como matéria prima para o etanol e a consequente substituição dos combustíveis fósseis, Carlos Eduardo explica que, por isso, a fiscalização em torno da cultura da cana-de-açúcar tende a crescer, especialmente com o projeto de lei que prevê que a queima só poderá ser realizada até 2017.
Deixar de queimar a cana já é uma contribuição importante. Tem várias outras iniciativas que podem ser feitas, como uso de adubação racional. O Brasil já tem essa prática. As práticas de manejo adequadas, controle de pragas tendo como vista o controle biológico comenta o pesquisador.
Ele ainda ressalta que as folhas queimadas liberam gases que contribuem para o efeito estufa. Por isso, o depósito dos resíduos da cana no solo é altamente benéfico. Além de ser um material rico em nutrientes e facilitar o transporte de carbono e nitrogênio, o húmus oferecido pela decomposição interfere nas propriedades físicas, químicas e biológicas do solo.
Além das folhas, outros subprodutos da cana podem ser depositados na superfície das plantações após a colheita. Um deles é a torta de filtro, matéria orgânica de qualidade que reduz a adubação por fertilizantes. Outros exemplos são a vinhaça, líquido da produção industrial, e o bagaço da cana que, depois de moído, é misturado com outras matérias primas e torna-se um composto.
Carlos Eduardo Cerri também afirma que um dos problemas da colheita sem queima é o favorecimento da presença de insetos e animais peçonhentos nas palhas depositadas no solo. Como o corte é feito manualmente, os trabalhadores podem ser prejudicados. No entanto, é importante levar em consideração as questões ambientais. Além do mais, com os resíduos a terra fica protegida contra erosões, já que a água se infiltra mais lentamente no solo.