Etanol e açúcar: México quer ampliar relações com Brasil

Publicado em 25/02/2011 08:20
Os produtores mexicanos de cana-de-açúcar querem ampliar seu relacionamento com o setor sucroenergético brasileiro, firmando parcerias para adquirir maior conhecimento sobre as tecnologias de produção desenvolvidas pelo Brasil para a produção de etanol e açúcar. Esse objetivo foi transmitido durante visita à sede da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA) em São Paulo na quarta-feira (16/02) pelo recém-empossado cônsul geral do México em São Paulo, José Gerardo Traslosheros.

Em sua bagagem, o diplomata trouxe muitas perguntas e a perspectiva de investimentos conjuntos entre empresas dos dois países. “O setor sucroenergético é estratégico, um dos principais setores de nosso interesse. As tecnologias para o aproveitamento da cana no Brasil são impressionantes, por isso resolvemos visitar a UNICA para trabalhar em conjunto com a Agência de Promoção de Investimentos e Comercio do México (ProMéxico), iniciarmos a aproximação entre as nossas indústrias,” afirmou Traslosheros, que estava acompanhado pelo cônsul para assuntos consulares e econômicos, Fernando de la Torre, e o conselheiro da ProMéxico, Juan Manuel Pinto Ribeiro. Segundo o cônsul, “é importante pensarmos em investimentos conjuntos entre empresas brasileiras e mexicanas, para produzir etanol também no México, que já produz cana.”
 
Além da meta de ampliar a produção mexicana de etanol combustível, os mexicanos examinam a ideia de estabelecer um mercado de carros flex naquele país, embora não existam ainda políticas públicas que viabilizem a prática. Diversos modelos de automóveis comercializados no Brasil com tecnologia flex embarcada, como os modelos Sentra e Tiida, da Nissan, já são produzidos no Mexico para o mercado brasileiro.

Relação estratégica

Esta não é a primeira vez que o governo do México demonstra interesse pelas atividades brasileiras no setor sucroenergético. Em agosto de 2009, o presidente mexicano Felipe Calderón, acompanhado por uma delegação de 17 integrantes, reuniu-se em São Paulo com o presidente da UNICA, para avaliar formas de cooperação para intensificar a produção mexicana de etanol. Na ocasião, Calderón convidou a UNICA para coordenar uma missão ao México, composta por empresários e técnicos brasileiros, o que ocorreu em novembro de 2009.

Neste último encontro, a delegação mexicana foi recebida pelo diretor executivo da UNICA, Eduardo Leão de Sousa, que apresentou a evolução do programa de etanol no Brasil e enfatizou a importância das políticas públicas em qualquer programa bem sucedido no mundo. Dentre elas, destacam-se a obrigatoriedade da mistura dos biocombustíveis aos combustíveis fósseis, apoio aos investimentos em pesquisa e desenvolvimento e em infraestrutura, além de políticas tributárias que reconheçam os benefícios do etanol sob os aspectos socioeconômicos, ambientais e de saúde pública.

“Seria importante que o México criasse um ambiente regulatório que garantisse segurança aos investidores para a produção de um combustível renovável a partir da cana. Além das condições agroclimáticas muito positivas, a proximidade geográfica com os EUA e o Acordo de Livre Comércio entre os dois países e o Canadá, o NAFTA, representam um importante diferencial competitivo para os produtores mexicanos,” ressalta Eduardo Sousa.

Sustentabilidade

Preocupações com a sustentabilidade e as emissões de gases causadores de efeito estufa (GEEs) também foram citadas durante a visita dos representantes mexicanos. “O Brasil tem programas de ponta no mundo e penso que são muitas as parcerias que podem ser feitas com o México,” explicou o cônsul em referência a soluções ambientais adotadas pelo setor sucroenergético brasileiro e apresentadas pela UNICA.

O etanol de cana contribui no combate às mudanças climáticas, reduzindo sensivelmente as emissões de gases causadores do efeito estufa (GEEs) na comparação com os combustíveis fósseis. Em fevereiro de 2010, a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (Environmental Protection Agency, EPA) classificou oficialmente o etanol brasileiro de cana-de-açúcar como um “biocombustível avançado,” capaz de reduzir as emissões de GEEs em até 90% comparado com a gasolina.

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Fonte:
Unica

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