Etanol puxa quedas na BM&F em maio
O etanol confirmou as expectativas e liderou as baixas. Depois do início da moagem de cana desta safra 2011/12 no Centro-Sul do país e o decorrente aumento da oferta, o preço médio do produto, que também caiu no mercado físico, encerrou maio com queda de 4,49% na bolsa em relação à média de abril. Com isso, a retração sobre a média de dezembro chegou a 11,41%, mas na comparação com maio de 2010 o ganho ainda alcança 37,67%.
Nos mercados de café e soja, as oscilações acompanharam as tendências internacionais. Por conta de movimentos financeiros derivados das expectativas dominantes na virada de abril para maio, fundos liquidaram contratos sobretudo no início do mês e ajudaram a determinar as quedas dos preços médios verificadas. Na BM&FBovespa, o café fechou maio 3,15% abaixo de abril, mas 32,56% acima de dezembro e com cotação média 118,49% superior à de maio do ano passado. Na soja, a baixa sobre abril foi de 2,76%, o que ampliou a queda sobre dezembro para 4,07% e reduziu a alta em relação a maio de 2010 para 31,25%.
O boi completa a lista das baixas, mas por conta de fatores domésticos. Luiz Wagner Delfante, operador da mesa de commodities agrícolas da Fator Corretora, explica que a oferta aumentou com a safra e que os frigoríficos têm estoques. Assim, ao longo do mês passado as escalas de abate ficaram mais longas, ainda que já tenham diminuído novamente nos últimos dias. Na bolsa, o preço médio do produto caiu 2,25% de abril para maio, mas há ganhos nas comparações com dezembro (2,32%) e maio de 2010 (21,81%).
Apesar das baixas de maio, Delfante não acredita que as commodities agropecuárias negociadas na BM&FBovespa entrarão em espiral baixista generalizada nos próximos meses. Ele lembra que países produtores de café e soja enfrentam problemas climáticos que podem prejudicar a oferta, e que o mesmo vale para o milho, que subiu 0,13% no mês passado e passou a acumular ganhos de 17,11% sobre dezembro e de 46,85% em relação a maio de 2010. Boi e etanol podem se estabilizar em patamares menores, mas ainda atraentes.