Retomada venda de etanol aos EUA
Tarcilo Rodrigues, diretor da Bioagência, afirma que os negócios foram fechados a valores entre US$ 650 e US$ 720 por m3 e significaram uma remuneração de 3% a 4% maior do que a indicação do mercado interno para os meses de embarque. "Essa remuneração foi realizada, no entanto, para os que fixaram o dólar, que saiu de até R$ 1,71 para R$ 1,57", diz Rodrigues.
Ele explica que a lucratividade só aconteceu porque o volume foi negociado para entrar nos Estados Unidos via países do Caribe - isento, assim, da tarifa de importação de 0,54 centavos de dólar por galão. Além disso, para esse etanol foi pago um prêmio que variou entre 60 e 70 centavos de dólar por galão acima do etanol de milho. Isso porque começou a vigorar neste ano a política de pagamento de prêmio às misturadoras do país que usarem o chamado "combustível avançado" (emite 50% menos gases de efeito estufa que a gasolina), categoria na qual apenas o etanol de cana se encaixa até hoje.
A "janela", no entanto, diz Rodrigues, começa a ser fechada. Os preços do etanol combustível no Brasil começam a subir, aumentando a viabilidade de se vender o produto internamente, em vez de exportar. Somente na sexta-feira, o indicador Esalq/BM&F do etanol hidratado posto em Paulínia subiu 1% fechando a R$ 1.161,50 o metro cúbico.
Ainda, afirma Rodrigues, o mercado de prêmios para o etanol "avançado" do Brasil pode ficar mais restrito, pois tramita nos Estados Unidos um projeto para estender o status de "biocombustível avançado" também ao etanol de sorgo americano.
Rodrigues espera que até o fim deste ano apenas mais 100 milhões a 200 milhões de litros de etanol combustível sejam exportados. Esse cenário só muda se os preços do milho nos Estados Unidos subirem muito, elevando, assim, os custos de produção do etanol local, feito do grão. A previsão da Bioagência é que o Brasil deverá exportar 1,5 bilhão de litros de etanol nesta safra, incluindo o etanol combustível e o industrial.