Preço do açúcar tende a cair no 4º trimestre

Publicado em 22/06/2011 16:05
Os preços futuros do açúcar devem permanecer relativamente fortes no curto prazo com preocupações sobre a produção brasileira e congestionamento nos portos do Brasil, mas as cotações devem perder força com o aumento da oferta de outros países no quarto trimestre. Um rali até as máximas de 2 meses e meio foi puxado sobretudo pelo congestionamento de navios no Brasil, especialmente em Santos, devido ao grande número de ordens da China, assim como atrasos no segundo maior exportador, a Tailândia.

O foco do mercado, entretanto, está mudando para a expectativa de que a produção de açúcar no Brasil, maior produtor global, possa não ser tão grande como inicialmente projetado, devido à combinação de baixa produtividade, lento início da colheita de cana e clima adverso. "O mercado está precificando o risco de uma produção menor no Brasil, de cerca de 32,5 milhões e 33,5 milhões t de açúcar no centro-sul", disse Jonathan Kingsman, gerente geral da consultoria Kingsman SA, de Lausanne.

Os preços futuros do açúcar bruto na ICE subiram 33% nas últimas sete semanas, atingindo o pico de 2 meses e meio na segunda-feira. Os preços, entretanto, permanecem ainda 24% abaixo do pico de 30 anos atingido em fevereiro, quando um ciclone atingiu outro exportador, a Austrália. Por volta das 14h45 (de Brasília), o contrato julho era negociado com baixa de US$ 0,22, a US$ 27,27 por libra-peso.

A consultoria Datagro disse no começo deste mês que a safra de cana do centro-sul do Brasil, cujo esmagamento começou em abril, deve produzir 33,7 milhões t de açúcar, abaixo das 35,15 milhões t previstas em abril. Guilherme Nastari, diretor da Datagro, disse à Reuters durante conferência da F.O. Licht, em Bruxelas, nesta quarta-feira que a disponibilidade de cana está apertada e as produtividades estão baixas.

Sergey Gudoshnikov, economista sênior da Organização Internacional do Açúcar (OIA), disse que revisões de analistas para baixo no que se refere à produção brasileira são o principal assunto do mercado. "Entretanto, nós não podemos esquecer que ainda tem julho, agosto, setembro. Nós não atingimos o pico da colheita ainda", disse Gudoshnikov à Reuters.

Oferta de nova safra
A Kingsman disse que os preços podem perder vigor no quarto trimestre quando o congestionamento dos portos diminuir e com a entrada de oferta nova de países do hemisfério norte ao mercado, mas o impacto real no preço dependerá de quanto o Brasil produzirá.

Stefan Uhlenbrock, analista sênior de commodity da F.O. Licht, disse que a expectativa é de uma safra maior em 2011/12, o que pode pesar sobre os preços futuros do açúcar no trimestre final de 2011. O mercado já precificou o impacto do atraso nos portos, disseram traders e analistas. "Eu espero que o congestionamento dos portos se torne um fator a menos no mercado nos próximos meses, porque os navios para embarcar já terão sido embarcados, tanto no Brasil como na Tailândia", disse Uhlenbrock.

Analistas disseram que deve levar algum tempo para executar as ordens de compra da China de açúcar brasileiro, estimadas em 1,35 milhão t com embarque entre julho e setembro.

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Fonte:
Reuters

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