Ceará poderá voltar a produzir açúcar e etanol em larga escala

Publicado em 20/07/2011 09:54
A União Nordestina dos Produtores de Cana (Unida) e o governador do Ceará, Cid Gomes (PSB), avaliaram a possibilidade da retomada do funcionamento da Usina Manoel Costa Filho, considerada a maior do Estado e paralisada desde 2005, por conta de dívidas tributárias e trabalhistas. A aquisição da unidade industrial pela Petrobrás Bicombustíveis foi cogitada durante a reunião e recebeu bastante apóio dos participantes.

De acordo com o presidente da Unida, Alexandre Andrade, a proposta de compra da usina cearense deve seguir encaminhamento semelhante ao dado à Usina Catende, em Pernambuco. “Propomos ao governador que solicite à Petrobras a aquisição da unidade desativada”, diz, alertando que no caso da usina do Ceará, por não ser uma massa falida como a pernambucana, a negociação pode ser ainda mais fácil.  A Usina Catende ainda não foi adquirida pela estatal, mas a transação continua sendo analisada pelo Governo Federal.

“A intenção da presidente Dilma é aumentar a produção nacional de etanol, portanto, a aquisição de parques industriais localizados em regiões estratégicas e já instalados é bem atrativa”, diz Andrade. Ele destaca que a participação atual da Petrobrás na produção brasileira de etanol é de 5%, mas que o Governo Federal deseja aumentar para 12%. “E mais que dobrar a produção”, comemora.

A Unida aproveitou o encontro para apresentar um relatório de viabilidade sócio-econômica do empreendimento. “A volta do funcionamento da unidade industrial, que já representou 4% do PIB do Ceará, e que empregou 384 funcionários industriais e mil no campo, demonstra grande retorno de investimentos”, diz Andrade, ressaltando os benefícios da ação. A volta das atividades da Usina Manoel Costa Filho poderá diminuir radicalmente a atual importação de etanol do Ceará.

O relatório de avaliação e viabilidade sócio-econômica foi entregue ao secretário estadual de Desenvolvimento Agrário, José Nelson Martins de Sousa, que também participou do encontro. As diversas micro-propriedades no entorno do estabelecimento e os 1,1 mil pequenos fornecedores de cana de açúcar da região foram apontados no documento. “É um compromisso meu, com a população desta região (Crato), fazer a usina voltar a moer”, disse o governador.  

A reunião foi articulada pelo presidente-gestor da Exposição Nordestina de Animais e Produtos Derivados, Francisco Leitão de Melo. O presidente da Associação dos Criadores do Crato, Ricardo Discurcia, também colaborou para a realização do encontro.

Fonte: AI Unida

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