Trump reduz 21% do orçamento do USDA e pode cortar relatórios de estimativas

Prédio do USDA em Washington - Foto: REUTERS/Gary Cameron

O presidente norte-americano, Donald Trump já projeta um corte no orçamento do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) e poderia promover o fim do programa conhecido como WASDE (na sigla em inglês) - Programa de Estimativas Globais de Oferta e Demanda, responsável pelos boletins mensais gerados pelo departamento. Segundo um documento reportado pela Casa Branca, o corte nos recursos do departamento agrícola seria de 21%, ou cerca de US$ 4,7 bilhões.

O WASDE é um serviço criado na década de 70 e, até hoje, traz informações de diversas culturas de 72 países e tem contribuído - além de gerar algumas polêmicas e de demonstrar conservadorismo - como uma das principais referências para os mercados internacionais de commodities, já que carrega uma influência bastante grande.

Ao portal internacional Agrosouth News, fontes do USDA que preferiram não se revelar disseram que o clima no departamento é de apreensão e que o fim do programa poderia, de fato, acontecer. No entanto, acreditam que, pelo menos por enquanto, o mais provável seria uma redução do serviço.  

Os cortes no USDA incluem ainda menos recursos para programas de conservação de águas, ajuda com alimentos para países pobres e demais programas de estatísticas. Os detalhes do corte ainda não foram divulgados.  

"Essa é uma grande preocupação, já que muitos produtores rurais dependem da capacidade estatística do USDA para traçar suas estratégias de mercado e para gerenciar os riscos de suas decisões, como as de plantio, por exemplo", disse o diretor de inteliência de mercado da AFBF (Escritório da Federação Agrícola Americana, John Newton, à Reuters Internacional. 

O USDA foi fundado em 1892 pelo presidente Abraham Lincoln. E os Estados Unidos não sofrem, de acordo com informações de portais internacionais, um corte tão severo e intenso em seu orçamento desde a Segunda Guerra Mundial. 

Com informações do AgroSouth News, Reuters, The Hill e Bloomberg.