Lei de Cultivares: Autor da emenda afirma que produtor não deve pagar a multa na moega

Publicado em 29/09/2015 16:08
O deputado Dilceo Sperafico (PP/PR), autor da emenda que altera a Lei de Cultivares, diz que a cobrança da multa de 7,5% feita sobre os produtores que salvaram suas sementes é ilegal, e isso tem de ficar claro nas alterações que poderão ser feitas pelo Congresso. Por outro, quem salvar as sementes terá de pagar royalties para as empresas, num valor que ficará abaixo de 7,5%.

A proposta de alteração da Lei de Proteção de Cultivares (nº 9.456/97), de autoria do deputado federal Dilceu Sperafico (PP/PR), está sendo discutida nesta semana pela Comissão de Cereais, Fibras e Oleaginosas da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), representantes do setor e das empresas.

Diversas opiniões divergem sobre o assuntos, de um lado aqueles de defendem o estimulo a pesquisa no desenvolvimento de novas cultivares e, assim, tornar o mercado brasileiro atrativo ao investidor externo, do outro envolvidos que temem a perda de direitos conquistados pelos produtores por meio da Lei, como o garantia de salvar sementes.

Para o autor do Projeto é preciso "criar uma Lei mais clara, que proteja e valorizar a pesquisa e quem a produz, e de modo especial, defender os direitos dos produtores", explica. Mesmo com a alteração, o Projeto prevê com resguarda a utilização de sementes salvas, proibindo apenas a comercialização (pirataria).

Um dos principais pontos polêmicos neste assunto é a cobrança de royalties no valor de 7,5% na moega. Recentemente uma ação coletiva movida pela Associação dos Produtores de Soja do Estado do Rio Grande do Sul, com a Federação dos Trabalhadores na Agricultura do estado do Paraná (Fetap), de Santa Catarina (Fetaesc), e outros sindicatos gaúchos, obteve uma liminar que proíbe a cobrança, que posteriormente foi derrubada. O caso segue na justiça sem uma definição próxima.

"Só o fato de oferecer qualidade e produtividade ao produtor não é suficiente, temos que dar uma proteção para que ele não seja cobrado com uma taxa de royalty elevado", afirma Sperafico que concorda com a cobrança desde que o valor seja justo para ambos os setores.

Ainda assim, o deputado assume que todos esses pontos da Lei precisam ser debatidos com os seguimentos do agronegócio para que "se chegue a um entendimento" benéfico a todos. A definição de como será feita a cobrança do royalty ainda não foi estabelecida no projeto, as reuniões agora buscam chegar a um acordo.

Por: João Batista Olivi e Larissa Albuquerque
Fonte: Notícias Agrícolas

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