Coronavírus pelo mundo: Nos EUA, os produtores rurais estão muito preocupados com a competitividade no mercado de grãos

Publicado em 19/03/2020 08:24 e atualizado em 09/04/2020 10:26
Para a soja, a preocupação está no dólar muito forte. Para o milho, o problema está na competitividade do etanol diante da queda de preços do petróleo
Aaron Edwards - Consultor de Mercado da Roach Ag Marketing

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Os Estados Unidos é um dos países mais afetados pelo coronavírus, com mais de 200 mil pessoas infectadas pela doença. O problema já afeta também o agronegócio, dificultando a aquisição de insumos e forçando o fechamento de 30 empresas de etanol de milho.

A competitividade do etanol é um dos pontos levantados por Aaron Edwards, da Roach Ag Marketing, consultoria americana que atende produtores americanos e brasileiros. Segundo ele, além do coronavírus, outro fator tem impactado na competitividade do combustível, que nos Estados Unidos é produzido a partir do milho.

Já para a soja, o produtor dos Estados Unidos tem dificuldade em competir com outros países por causa do dólar muito valorizado. Com a moeda americana alta, a competitividade diante de outras divisas fica menor, já que o produto americano fica mais caro por causa das diferenças cambiais.

"O produtor americano se vê muito preocupado nesse momento delicado, tanto para a soja, quanto par o milho, teremos uma safra mmuito difícil. A única forma de passarmos por esse momento será avaliar caso a caso", disse.

Segundo ele, apesar do câmbio alto estar favorecendo a soja brasileira, Aaron explica que esse fator na formação de preços também pode trazer pproblemas mais pra frente. "Quando a soja está alta em Chicago, ela se mostra valiosa. Porém, quando ela está num bom preço por causa do dólar, sem respaldo de ganhos na bolsa, o valor não está na soja, mas sim na variação cambial. O risco é que insumos e outros produtos que são ligados ao dólar também acabam variando e isso nem sempre é uma vantagem", alertou.   

Por: Ericson Cunha
Fonte: Notícias Agrícolas

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