Acompanhamos o relatório do USDA ao vivo - no inicio nos decepcionamos, depois o mercado se ajustou

Publicado em 09/02/2021 16:53
Após o impacto do relatório do USDA, preços da soja voltam a subir em Chicago. Foi só um susto!!!
Tempo & Dinheiro - Com João Batista Olivi

USDA vê oferta menor de milho e soja nos EUA com aumento de exportações

CHICAGO (Reuters) - A forte demanda por exportações vai reduzir ainda mais as já apertadas ofertas de soja e milho dos Estados Unidos, em relação ao que se projetava anteriormente, disse o governo norte-americano nesta terça-feira.

Em seu relatório mensal de oferta e demanda globais, o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA, na sigla em inglês) estimou os estoques finais de milho do país em 2020/21 em 1,502 bilhão de bushels, enquanto os estoques finais de soja foram vistos em 120 milhões de bushels.

Em janeiro, a agência projetava os estoques do cereal em 1,552 bilhão de bushels, e os da oleaginosa em 140 milhões.

Analistas esperavam que o relatório indicasse as reservas finais de milho em 1,392 bilhão de bushels, enquanto as perspectivas para a soja eram de 123 milhões de bushels, segundo a média das estimativas compiladas em pesquisa da Reuters.

Após o impacto do relatório do USDA, preços da soja voltam a subir em Chicago. Foi só um susto!!!

BC vende US$1 bi em swaps e faz dólar zerar alta

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar zerou a firme alta de mais cedo e passou a oscilar em torno da estabilidade nesta terça-feira, mas ainda com viés para cima, após o Banco Central realizar a maior oferta de liquidez em nove meses, conforme temores fiscais pressionavam o mercado de câmbio, chegando a deixar o real isolado como a única moeda relevante a perder valor nesta sessão.

Na máxima da sessão, alcançada por volta de 13h20, o dólar saltou 1,41%, para perto de 5,45 reais, e manteve-se próximo desse patamar até 14h11, quando o BC anunciou o primeiro leilão de swap cambial, com oferta de até 20 mil contratos (1 bilhão de dólares).

Nesse leilão, foram vendidos 14.300 contratos. O BC, então, anunciou às 14h57 a segunda operação do dia, disponibilizando os demais 5.700 contratos, que posteriormente foram colocados integralmente no mercado.

O BC não fazia oferta líquida de swaps cambiais tradicionais desde 11 de janeiro, quando leiloou 10 mil contratos (500 milhões de dólares).

O primeiro leilão de swap desta terça, com lote de 20 mil papéis, foi o maior desde 14 de maio do ano passado, quando o BC disponibilizou a mesma quantia de contratos, num período em que o mercado ainda tentava se estabilizar após o choque em março decorrente da pandemia.

Às 15:37, o dólar avançava 0,07%, a 5,3761 reais na venda. Na mínima da sessão, atingida logo após o anúncio do segundo leilão desta terça, a cotação desceu a 5,3546, queda de 0,33%.

O mercado vinha pressionando o dólar diante de temores fiscais, o que também explicou a tomada de fôlego da moeda na véspera, quando o presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), disse que não se pode vincular um novo auxílio emergencial a PECs que poderiam compensar aumento de gastos.

Agentes financeiros têm refeito cálculos com a possibilidade de volta do auxílio, mas nos novos cenários considera a aprovação de medidas que compensem o impacto fiscal. Entre as mais citadas está a PEC Emergencial, que estabelece gatilhos para corte de despesas públicas.

Falando sobre a política de reajuste de preços da Petrobras, o presidente Jair Bolsonaro disse na véspera que, conforme conversas com o presidente da Petrobras, o ideal seria o dólar baixar.

"Avalio que a depreciação cambial recente tinha fundamento, pois decorreu principalmente da pior percepção fiscal, amplificada pelo juro real muito fora do lugar. Assim, vender dólares nesse cenário contém um pouco a piora da moeda, mas vai ser ineficaz se o quadro fiscal piorar", disse Sergio Goldenstein, consultor independente e estrategista na Omninvest Independent Insights e ex-chefe do Departamento de Operações de Mercado Aberto do Banco Central.

O IPCA de janeiro, que veio menor que o esperado, também ajudou a estimular compras de dólar, uma vez que contribuía para apostas de que o Copom possa não subir os juros no curto prazo.

Em evento virtual nesta terça, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, disse entender a ansiedade do mercado com dados recentes de inflação, mas frisou que a política monetária precisa mirar o longo prazo e que muitos componentes da inflação são temporários.

Campos Neto voltou a alertar contra a adoção, pelo governo, de medidas de estímulo à atividade que gerem aumento líquido de despesas, ressaltando que um movimento nesse sentido poderia ter implicações para a política monetária.

Anec revê exportação de soja do Brasil em fevereiro e estima até 7,6 mi t 

SÃO PAULO (Reuters) - As exportações de soja do Brasil podem ficar entre 6 milhões e 7,63 milhões de toneladas em fevereiro, estimou nesta terça-feira a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), indicando um intervalo de números mais conservador.

Na previsão da semana passada, a Anec admitiu que as exportações poderiam atingir até 8,5 milhões de toneladas neste mês, embora já trabalhasse com um piso de 6 milhões.

A revisão ocorre em meio a um forte atraso na colheita.

A entidade destacou que as programações dos navios nos portos apontam para o limite máximo da estimativa.

"Porém, é importante observar que devido aos atrasos na colheita e previsão de chuvas... a Anec está considerando a possibilidade de embarque menor de cargas", afirmou em nota.

Em fevereiro do ano passado, o maior produtor e exportador de soja embarcou 6,61 milhões de toneladas, de acordo com a associação.

Para o milho, a expectativa é que as vendas externas de fevereiro cheguem a 534.817 toneladas, afirmou a Anec elevando a projeção ante as 426,9 mil toneladas vistas na semana anterior. Um ano antes, o Brasil exportou 415.282 toneladas.

A entidade ainda projeta embarques de farelo de soja em 1,248 milhão de toneladas, ante 1,02 milhão em fevereiro de 2020.

Barclays antecipa projeção de alta da Selic e passa a ver inflação acima do centro da meta

SÃO PAULO (Reuters) - O Barclays antecipou expectativa para alta da Selic e agora vê a taxa básica de juros sendo elevada já em março, contra cenário anterior que contemplava maio, em meio à possibilidade de mais pressões inflacionárias diante de uma possível nova rodada de coronavoucher.

Em relatório, o economista-chefe para Brasil do Barclays, Roberto Secemski, também aumentou a projeção para o IPCA de 2021, que ficará em 3,9%, ante 3,6% estimado antes --portanto, acima da meta central perseguida pelo BC, de 3,75% para este ano.

"Sinais crescentes de que o apoio fiscal às famílias será reintroduzido em meio a novas pressões dos preços no atacado nos levam a revisar nossa projeção para o IPCA de 2021", disse Secemski, que vê a inflação alcançando um pico de 6,5% na leitura anual de maio --bem acima do teto da banda de tolerância da meta do BC, entre 2,25% e 5,25%.

"Pressão crescente nos preços de energia (combustíveis, devido à alta dos preços internacionais e ao câmbio mais fraco; eletricidade, pela deterioração das condições hidrológicas que afetam o sistema de "bandeiras tarifárias") recomenda adicional cautela à frente", completou.

Com a inflação mais alta e a consequente subida antecipada dos juros, Secemski disse que a magnitude do movimento do Copom --que será de 25 pontos-base ou 50 pontos-base, em sua visão-- está condicionado a mais detalhes de uma eventual extensão do auxílio emergencial e à evolução da inflação de curto prazo. Por ora, o economista projeta acréscimo de 25 pontos-base nos juros em março.

"Esperamos que a 'normalização parcial' do BCB, defendida por alguns membros do Copom na ata de janeiro, leve a Selic para 4,00% até setembro, quando seria feita uma pausa estratégica antes da retomada do ciclo para níveis neutros (6%) em 2022, consistente com a expectativa do banco para o fechamento do hiato do produto brasileiro no próximo ano", finalizou Secemski.

Nesta terça, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse entender a ansiedade do mercado com dados recentes de inflação, mas frisou que a política monetária precisa mirar o longo prazo e que muitos componentes da inflação são temporários.

Em 12 meses até janeiro, a inflação medida pelo IPCA acelerou a 4,56%, ante os 4,52% observados nos 12 meses imediatamente anteriores --período que corresponde ao ano cheio de 2020, quando a alta dos preços ficou acima do centro da meta buscando pelo BC (4%).​

 
Fonte: Notícias Agrícolas/Reuters

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