Geadas se transformam em tragédia no Paraná... mas dão alegria para quem está "comprado" no milho

Publicado em 29/06/2021 16:35 e atualizado em 29/06/2021 21:06

Geadas de hoje no estado do Paraná foram bastante amplas e, inclusive, vieram mais intensas do que os modelos previam. Segundo meteorologista, Luiz Renato Lazinski, a temperaturana manhã desta quarta-feira (30) deve ser ainda mais intensa (por Almir Trevisan, do Agrotempo).

Temperaturas mínimas: 
Assis Chateaubriand -2,5
Campo Mourão -0,5
Cascavel -2,8
Guarapuava -1,8
Maringá 1,7
Palmas eólica -3,8
Guaíra 0,3
Palotina -2
Toledo -2
Umuarama 1,1
Fonte: Simepar

Geada atinge milho do Paraná e Mato Grosso do Sul e acentua quebra de safra

Por Roberto Samora

SÃO PAULO (Reuters) - Geadas atingiram na madrugada desta terça-feira regiões agrícolas do Paraná e Mato Grosso do Sul, o que deve acentuar perdas na safra brasileira de milho já fortemente impactada pela seca, segundo especialistas.

Ainda é difícil precisar o impacto do frio excessivo, uma vez que o prejuízo demora alguns dias para aparecer nas lavouras. Além disso, geadas mais intensas são esperadas na madrugada de quarta-feira.

"No Paraguai, Paraná e centro-sul de Mato Grosso do Sul, a geada foi geral. E hoje tem mais uma. Então vamos ter uma nova quebra, vamos ter uma nova quebra além da existente (devido à seca)", disse o analista de milho da Safras & Mercado, Paulo Molinari.

"Não dá pra dizer ainda, pois acabou de acontecer", explicou ele, sobre o tamanho das perdas.

Atualmente, considerando apenas os efeitos da severa seca no centro-sul, a segunda safra brasileira está estimada em 61,6 milhões de toneladas, queda de 22,4 milhões de toneladas em relação potencial inicial estimado pela Safras & Mercado.

A colheita nacional, considerando a primeira safra, está prevista pela consultoria em 95,5 milhões de toneladas. O Paraná, normalmente é segundo Estado produtor brasileiro do cereal após Mato Grosso, enquanto o Mato Grosso do Sul vem em quarto.

"Vamos ter lavouras aí que, dependendo da geada de hoje, é possível que tenha perda total", comentou Molinari.

Segundo ele, o mercado de milho no Brasil está paralisado, sem vendas de produtores, devido à incerteza de como ficará a oferta do Brasil.

"Esta semana não tem oferta, o mercado subiu, não tem vendedor, nem mais barato nem mais caro, todo mundo está em pânico com a questão de geadas", completou.

Para o analista, uma das alternativas da indústria de carnes, que já lidava com custos de matérias-primas da ração historicamente elevados, é importar ou aumentar o uso de trigo como ingrediente da alimentação de criações.

A segunda safra de milho do Paraná está estimada em 9,8 milhões de toneladas pelo Departamento de Economia Rural (Deral), que vê uma colheita, até o momento, com queda de cerca de 5 milhões de toneladas ante o potencial inicial, devido ao impacto da seca.

Os números devem mudar dependendo do impacto do frio para as lavouras, disse o especialista em milho do Deral, Edmar Gervásio.

Segundo ele, da área total de milho segunda safra no Paraná de 2,5 milhões de hectares, 1,8 milhão de hectares estão em fases em que perdas podem ocorrer.

Mas ele ponderou que a maioria das lavouras do Estado está em frutificação "já em fase final", não devendo ter impacto, assim como ocorre quando os plantações estão em maturação, perto da colheita.

CAFÉ ESCAPA POR ORA

Segundo o Simepar, órgão de monitoramento do Paraná, a forte onda de ar frio se intensifica ainda mais sobre todas as regiões do Estado entre a noite da terça-feira e a madrugada de quarta-feira.

O Simepar agora mostra previsão de geada moderada para uma ampla faixa do Estado, que vai do oeste e inclui toda a parte norte paranaense.

Geadas fortes estão previstas para praticamente metade do Paraná, do meio do Estado até o sul, na quarta-feira.

Para Paulo Franzini, especialista em café do Deral, a cultura escapou por enquanto dos efeitos do frio intenso, mas a próxima madrugada preocupa.

"Nesta madrugada teve geadas fracas de baixadas sem danos nas lavouras de café. A preocupação é para amanhã, se confirmar as previsões."

Já o meteorologista da Rural Clima disse que o risco de geadas é baixo para áreas de café, na quarta e quinta-feira.

Geadas foram registradas em áreas de cana de Mato Grosso do Sul, de Rio Brilhante para baixo, assim como em canaviais no centro do Paraná, mas a situação "não assusta por enquanto", disse o consultor Julio Maria Borges, da Job Economia. Ele acrescentou que é preciso acompanhar o fenômeno previsto para quarta-feira.

No caso do trigo do Paraná, o principal produtor nacional deste cereal, o atraso no começo da implantação da cultura fez com que apenas 1% das lavouras tenha chegado a floração --fase suscetível a perdas por geadas-- segundo o Deral.

Dólar se mantém abaixo de R$ 5 e caminha para maior queda trimestral em 12 anos

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar fechou em alta moderada contra o real nesta terça-feira, depois de oscilar entre ganhos e perdas, com a força da moeda norte-americana no exterior dando respaldo às compras locais em meio a operações típicas de fim de mês e de trimestre.

O dólar à vista subiu 0,29%, a 4,9431 reais na venda. A cotação oscilou entre 4,972 reais (+0,88%) e 4,9217 reais (-0,14%).

A uma sessão do fechamento do mês, o dólar cai 5,40% em junho --a caminho da maior queda mensal desde novembro de 2020 (-6,82%).

No trimestre, a moeda acumula recuo de 12,21%, o mais intenso desde o segundo trimestre de 2009 (-15,80%), quando os mercados domésticos e globais começavam a se recuperar da chacoalhada decorrente da crise financeira que havia estourado no ano anterior.

Em 2021, o dólar cai 4,78%, depois de subir 11,58% até 9 de março, quando estava em 5,7927 reais.

Argentina diz que produtores venderam 23 mi t de soja de 2020/21

BUENOS AIRES (Reuters) - Produtores da Argentina venderam 23 milhões de toneladas de soja da temporada de 2020/21, após transações serem registradas durante a semana passada de 518,8 mil toneladas, informou o Ministério de Agricultura nesta terça-feira em relatório com data atualizada até 23 junho.

O ritmo de venda da soja está atrás da temporada anterior. Na mesma data, no ano passado, foram registradas 25,8 milhões de toneladas de soja vendidas, de acordo com informações oficiais.

A colheita recente da safra de soja de 2020/21 na Argentina é estimada em 43,5 milhões de toneladas, de acordo com a Bolsa de Grãos de Buenos Aires, comparada com 49 milhões de toneladas colhidas na temporada anterior.

A Argentina precisa de divisas provenientes das exportações para impulsionar a sua abatida economia, que está passando por um período de estagflação de dois anos, agravado pela pandemia da Covid-19.

O governo também afirmou que as vendas de 2020/21 de milho totalizaram 31,1 milhões de toneladas, cerca de 3 milhões a mais que na mesma data do ano passada. A colheita de 2020/21 ainda está ocorrendo.

A estimativa da bolsa para a colheita de milho desta temporada chega a 48 milhões de toneladas.

Arrecadação federal salta 69,9% em maio e é recorde para o mês

Por Isabel Versiani

BRASÍLIA (Reuters) - A arrecadação das receitas federais somou 142,106 bilhões de reais em maio, alta real de 69,88% sobre o mesmo mês do ano passado e o melhor resultado para o mês da série do governo, que tem início em 1995, mostraram números divulgados nesta terça-feira.

No acumulado do ano, as receitas somaram 744,828 bilhões de reais, valor também recorde para o período, com crescimento de 21,17% sobre os mesmos meses de 2020 na comparação corrigida pela inflação, segundo a Receita Federal.

Desde o ano passado a arrecadação tem sido impactada por mudanças nas regras de recolhimento de tributos promovidas em meio à crise econômica gerada pela pandemia. Em 2020, por exemplo, o governo prorrogou o prazo para o pagamento de um maior número de tributos e reduziu alíquotas de alguns impostos para aliviar empresas e famílias.

Desconsiderando esses fatores e outros recolhimentos atípicos, segundo a Receita, a arrecadação teria crescido menos agora --11,93% no ano e 23,74% em maio.

Ainda assim, o governo destacou o impacto do crescimento da atividade sobre as receitas, ressaltando a melhora de indicadores como produção industrial e venda de bens e de serviços neste ano. O Fisco também chamou atenção para o crescimento da arrecadação de tributos de comércio exterior.

"É inequívoco que o Brasil já se levantou e a economia está caminhando com uma velocidade bem acima do que era esperado na virada do ano", disse o ministro da Economia, Paulo Guedes, ao comentar os dados, quando anunciou também a intenção de acelerar uma redução da tributação sobre as empresas.

Guedes afirmou que o aumento do recolhimento de tributos tem se dado em todos os segmentos da economia e que, em alguns setores, os patamares da arrecadação já superam o verificado em 2015, antes da recessão econômica que antecedeu a pandemia.

Em maio, a arrecadação do IRPJ/CSLL, cobrado das empresas, aumentou 83,4% em termos reais, para 22,614 bilhões de reais. Segundo a Receita, no mês houve um recolhimento atípico de cerca de 4 bilhões de reais de IRPJ, em parte relacionado a reorganizações societárias de empresas. No ano, essa arrecadação do IRPJ considerada muito fora do padrão somou 16 bilhões de reais.

Questionados, técnicos da Receita disseram que ainda é cedo para dimensionar a parcela do aumento da arrecadação que pode ser relacionada ao crescimento da atividade.

"Se olharmos para os indicadores econômicos, nós vemos uma recuperação da atividade econômica, mas o quanto essa recuperação ela impacta efetivamente a arrecadação, nós só vamos ter essa análise a posteriori", afirmou o chefe do Centro de Estudos Tributários e Aduaneiros da Receita Federal, Claudemir Malaquias.

Governo central tem déficit de R$ 20,9 bi em maio, diz Tesouro

Por Isabel Versiani

BRASÍLIA (Reuters) - O governo central registrou um déficit primário de 20,947 bilhões de reais em maio, rombo inferior ao esperado por analistas e bem abaixo do saldo negativo recorde de 126,636 bilhões de reais computado no mesmo mês do ano passado, quando o governo promovia um amplo conjunto de medidas de enfrentamento à crise gerada pela pandemia da Covid-19.

No acumulado do ano, o governo central --composto por Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central-- ainda registra um superávit primário, de 19,911 bilhões de reais, melhor resultado para o período desde 2014, mostraram dados divulgados pelo Tesouro Nacional nesta terça-feira.

"O resultado primário do mês de maio revela a manutenção na melhora das condições fiscais do Governo Central observada desde o início do ano, ocasionada pelo desempenho bastante robusto da receita, acompanhado de um nível de execução das despesas abaixo do patamar do ano anterior", disse o Tesouro em nota.

O texto destacou que as receitas têm sido impactadas pela maior atividade e também pelo aumento dos preços, que elevam os valores sobre os quais incide a tributação.

Já nas despesas, o efeito vem da maior focalização das despesas com o combate à pandemia, da postergação da execução de gastos como resultado do atraso na aprovação do Orçamento do ano e do maior controle de despesas obrigatórias, disse o Tesouro.

As receitas líquidas do governo central aumentaram 93,4% em termos reais no mês sobre maio de 2020, para 112,876 bilhões de reais, enquanto as despesas caíram 31,4%, para 133,823 bilhões de reais.

As despesas relacionadas ao combate à Covid-19 somaram 16,120 bilhões de reais no mês --dos quais 8,919 bilhões de reais disseram respeito ao pagamento do auxílio emergencial-- e 36,598 bilhões de reais no acumulado do ano.

O déficit do mês passado veio um pouco abaixo do esperado por economistas, segundo pesquisa da Reuters que apontava saldo negativo de 23,2 bilhões de reais.

Nos primeiros cinco meses de 2020, o governo central registrou déficit de 222,493 bilhões de reais.

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