Aumenta probabilidade do açúcar despencar mais em NY se o petróleo perder mais sustentação

Publicado em 27/12/2018 16:40

O barril do Brent perdeu suporte nesta quinta (27) na ICE Londres, após a alta da véspera (+6%, a R$ 53,8) que empatou o recuo da segunda, mostrando probabilidade cada vez maior de o açúcar deixar acompanhá-lo. A rigor sua influência já é pequena, tanto que ontem o contrato de março da commodity em Nova York ficou igual à sessão de véspera de Natal, em 12.39 c/lp e não foi puxado pela alta do petróleo.

No pregão de hoje o açúcar na ICE recuou mais 14 pontos, fixando em 12.25 c/lp.

A probabilidade que o mercado avalia de o movimento do açúcar ficar somente atrelado aos seus próprios fundamentos é com o Brent batendo nos US$ 50. E não é um possibilidade tão remota, dado que desde o começo de dezembro o cru não tem sustentação para encostar e romper os US$ 55 mesmo com a Opep anunciando cortes diários de 1,2 milhão de barris a partir de janeiro.

Diante desse cenário, o padrão que pode ser notado é o açúcar despencar para 10.81 c/lp. Vai prevalecer mais do que já hoje o fundamento indiano e asiático em geral de maior produção, consolidando o superávit mundial alto, de aproximadamente 9 milhões de toneladas, que a esta altura já não deveria ser mais posto em dúvida.

Maurício Muruci, analista da Safras & Mercados, já há semanas falava aqui do canal lateral do açúcar em NY, circulando em um piso de 12.34 e teto de 12.92 c/lp. O alimento, portanto, está muito mais próximo do piso.

A cada quinzena na produção indiana, no ápice da moagem, o resultado aumenta. O último retrato deu 100% a mais.

E é isto que vem tirando cada vez mais o pouco de suporte que o petróleo tentava dar. Agora, praticamente em vão com o barril mais para baixo que para cima.

O analista até chegou a pensar que o anúncio indiano de retirar 1 milhão de tonelada de açúcar nesta safra, e mais 3 na próxima, para etanol anidro, poderia segurar um pouco o tombo, mas não. “O mercado passou batido”, disse.

Etanol

Para o etanol, há uma dupla aflição para as usinas.

Sem pressão sobre a gasolina, com petróleo seguindo mais em conta – e com Petrobras reduzindo o preço, como está se vendo -, o biocombustível perde share.

Só que desviar cana para mais açúcar também não se mostrará bom negócio.

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Por: Giovanni Lorenzon
Fonte: Notícias Agrícolas

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