Boi volta a subir e em SP já saem alguns negócios de até R$ 159,00/arroba. Mas margens dos frigoríficos já estão abaixo de 13%

Publicado em 31/05/2016 11:51
Pecuarista precisa lembrar que preço em alta não significa melhor retorno financeiro. É bom ficar atento às contas

A pressão de altista voltou a ser observada no mercado do boi gordo. Em São Paulo a referência está R$ 155,00/@ a vista, mas há registro de negócios pontuais até R$ 159,00/@ a vista.

O período de entressafra onde a disponibilidade de animais terminados é menor, tem sido o principal fator de sustentação das cotações. De acordo com o consultor da Scot Consultoria, as escalas no estado atendem em média dois a quatro dias uteis, acirrando a disputa por oferta no mercado.

Mesmo diante de um consumo interno fraco e exportações decrescendo com a queda no dólar, as referências se mantém elevadas. Esses fatores tem gerado recuo nas margens de comercialização das indústrias frigoríficas.

De acordo com levantamento da Consultoria, a receita da venda de todos os produtos, considerando seus rendimentos equivalentes, dos cortes e demais produtos originados no abate, em uma arroba de carcaça, é de R$176,47, ou seja, sobra pouco mais de R$20,00 por arroba, antes de adicionar os custos fixos, deixando a margem em 12,8%.

"Ainda não chegamos ao limite de 2015 em 10%, mas precisamos considerar que desde fevereiro a margem não atinge 16% e que a média história é de 21%", alerta Lopes.

O preço da carne não evolui no mesmo ritmo que são observados aumentos na arroba e, restringe a capacidade das indústrias em bancar valorizações na matéria prima.

Das 24 semanas pesquisadas pela Scot em 80% delas foram constatados recuos no preço da carne no atacado. "Os ajustes positivos, quando acontecem, são para cortes dianteiros de menor valor agregado", explica o consultor.

Do lado da oferta não são esperados incrementos no volume de entregas nas próximas semanas, uma vez que o valor da saca do milho impossibilitou um resultado positivo para o primeiro giro de confinamento.

Por: Aleksander Horta e Larissa Albuquerque
Fonte: Notícias Agrícolas

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