Relação de troca para compra de boi magro é 4,9% melhor que no início do ano mas ainda está abaixo da média histórica

Publicado em 20/06/2016 12:08
Arroba do boi continua com preços firmes diante de uma oferta de animais ainda mais restrita que a demanda por carnes

A expectativa de melhora na oferta de animais terminados em decorrência das geadas no início do mês não se confirmou. O mercado do boi gordo começa mais uma semana com viés altista e escalas curtas.

Em São Paulo os negócios ocorrem entre R$ 157,00 a R$ 158,00/@ a vista. No entanto, o consultor da Scot Consultoria, Hyberville Neto, lembra que os valores de cotação estão sendo limitados pela demanda fraca e, consequentemente a baixa nas margens de comercialização das indústrias.

"Considerando o preço de venda de todos os produtos de abate, frente ao valor de compra, a margem do Equivalente Desossa está em 11,2%, sem contar os custos com diesel, eletricidade e o próprio lucro das indústrias, quando existe", alerta Neto.

Esse cenário deixa cautela sobre a possibilidade de movimentos baixistas provocados pelos frigoríficos com redução na intenção de compra.

Para a oferta, os indicadores apontam uma continuidade no quadro de baixa disponibilidade de animais terminados. Tipicamente o mercado é firme nos meses de entressafra até a entrada dos animais confinados.

Neste ano, porém, o declínio nos resultados do confinamento, consequência dos altos preços do milho, farelo de soja e reposição, traz perspectiva de retração no primeiro giro.

"Com o passar do tempo às relações de troca com os principais insumos melhoraram e os preços do mercado futuro também subiram", explica Neto.

No mercado de reposição, por exemplo, atualmente são necessária 12,7@ de boi gordo para aquisição de uma cabeça de boi magro. Esse patamar representa um ganho de 4,9% na relação de troca desde o início do ano, embora historicamente o percentual continue baixo.

"Por isso que esperamos para o segundo giro uma oferta relativamente melhor frente ao primeiro turno do confinamento", destaca.

Segundo levantamento da Scot, na média dos últimos cinco anos, entre os meses de junho a outubro, a arroba reagiu 5,1%. Considerando o atual patamar do boi gordo e a cotação futura na BM&F para outubro/16 a valorização é de 6,1%.

Por: Aleksander Horta e Larissa Albuquerque
Fonte: Notícias Agrícolas

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