Com custos elevados e preço da arroba em queda, confinamento em MT pode recuar 24% em relação ao ano passado

Publicado em 19/08/2016 13:28
Volume de animais confinados deve girar em torno de 500 mil cabeças nesse ano e com pecuaristas sem perspectivas de renda

No estado do Mato Grosso, segundo maior confinador do país, as intenções de confinamento recuaram em relação ao primeiro levantamento realizado no estado.

De acordo com Fábio da Silva, gerente de projetos da Acrimat, o preço alto dos insumos alimentares e do boi magro impactaram diretamente nos custos. No primeiro levantamento realizado no estado, em abril, já havia este sinal de alerta. No segundo levantamento, feito em julho, esta situação, no entanto, foi confirmada.

“O pecuarista, quando olhou os seus insumos e o seu custo de aquisição do boi magro, se deparou com um mercado hostil’, destaca o gerente de projetos.

O outro lado levado em conta é quando o confinador olha para o mercado futuro. A concentração das entregas programadas está para setembro e outubro. “Quando o pecuarista olhou para o mercado futuro de outubro, reparou que a bolsa vem indicando queda, chegando a um preço da entressafra menor do que a safra”, aponta.

Apenas 50% dos pecuaristas do estado, portanto, decidiram manter as projeções de confinamento. De acordo com Fábio, aqueles que se prepararam melhor na aquisição dos insumos e do boi magro irão confinar porque os custos já vinham sendo travados anteriormente.

Logo, o estado do Mato Grosso deve confinar apenas 500 mil cabeças de gado, uma queda de 32% em relação ao levantamento de abril e de 24% em relação ao ano passado. “É provável que 2016 forme o pior cenário de confinamento dos últimos cinco anos”, destaca Fábio.

As regiões que tiveram maior queda são o Médio-Norte e o Nordeste do estado, que enfrentaram problemas com a produtividade do milho e, consequentemente, tiveram impacto negativo nos insumos.
Em novembro, deve ser divulgado um novo levantamento em relação ao confinamento do Mato Grosso, que irá confirmar ou não as estimativas apresentadas.

Por: Aleksander Horta e Izadora Pimenta
Fonte: Notícias Agrícolas

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