Boi: JBS volta às compras com preços acima da referência e garante animais para regularizar escalas

Publicado em 27/09/2017 13:38
Mercado físico se mostra firme e tendência positiva continua. Frigoríficos que perderam espaço para JBS terão de melhoras preços ofertados para conseguir originar bois. Prazos mais curtos de pagamento também foram diferencial. Mercado registra fluxo melhor.

Gustavo Figueiredo, analista de mercado da AgroAgility, destaca que, no período em que o JBS ficou fora das compras, os demais frigoríficos aproveitaram o momento para recuar. Entretanto, de volta ao mercado, ele paga preços melhores do que os refletidos diariamente, com prazos menores.

Enquanto os outros frigoríficos, com escalas mais tranquilas, ficaram aguardando, o JBS regularizou suas escalas. O frigorífico pagou preços entre R$147/@ e R$148/@ em São Paulo, com sete dias de prazo, sem descontar o Funrural. Para o boi Europa, destinado para a exportação, os pagamentos giraram em torno de R$150/@.

Os demais frigoríficos pagam preços entre R$143/@ a R$145/@ a vista. Agora, estes precisam igualar ou pagar a mais que o JBS para dar continuidade às suas escalas.

As ofertas estão escassas. Os produtores que possuíam animais terminados anteciparam suas vendas frente à instabilidade do mercado. Além disso, a seca influencia em um baixo fluxo de animais de pasto. Por isso, a pressão de alta nos próximos dias pode ser grande. Na BM&F, o boi já sinaliza R$143,10/@ livre a vista para outubro.

Enquanto isso, a demanda interna passa por um período de transição. A última semana do mês tem uma demanda tradicionalmente baixa, mas um fluxo menor de abates colaborou para o equilíbrio do mercado. Por outro lado, as exportações continuam fortes.

Figueiredo aconselha os pecuaristas a, no curto prazo, negociarem o máximo que puderem e não entregarem animais em preços anteriores. Se houver necessidade de vender, o ideal é fazê-lo de forma compassada. Ele recomenda também que se trabalhe com operações de put estipulando um valor mínimo de venda até que as instabilidades saiam do radar.

Por: Carla Mendes e Izadora Pimenta
Fonte: Notícias Agrícolas

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