Cenário positivo para os preços da arroba nos próximos meses começa a se consolidar com desequilíbrio entre oferta e demanda

Publicado em 28/06/2019 13:38
Mesmo com economia parada, consumo per capita de carne bovina em 2019 bate recorde de 2014. Além disso, incremento das exportações com fator China, pode aumentar importância das vendas externas na formação dos preços
Maurício Velloso - Faeg/AGNP

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Mercado do Boi Gordo - Maurício Velloso - Faeg/AGNP

 

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No mercado do boi gordo, a tendência é de um cenário positivo para as referências da arroba nos próximos meses por conta do desequilibro entre a oferta e demanda. A expectativa é que os valores fiquem próximos de R$ 170,00/@ no estado de São Paulo.  

De acordo com o Presidente Comissão de Pecuária de Corte da FAEG e Presidente da Associação Goiana dos Produtores de Novilho Precoce, Maurício Velloso, o pecuarista precisa entender que as indústrias trabalham com estratégias próprias. “Os pecuaristas precisam ter as estratégias deles, e para isso, é fundamental que o produtor tenha ração 365 dias por ano na fazenda”, afirma.

A liderança ressalta que o Brasil teve um aumento no consumo interno de carne bovina. “Atualmente, o brasileiro está comendo um volume maior de carne do que comia em 2014, na qual foi registrado o recorde consumo per capita por pessoa em toda a história da pecuária brasileira. Em 2019, eu acredito que já passamos dessa estimativa de 42 kg por pessoa”, comenta.

Com relação à dependência da China, Velloso ressalta que o risco é muito grande o Brasil depender apenas de um país.  “Sabemos que a quantidade de ovos deve ser distribuída por um maior número de cestas para evitar que uma se quebrando tudo se quebre. Então, 41% das exportações estarem na mão apenas da China e Hong Kong e precisamos continuar neste processo de angariar mais parceiros para a exportação”, ressalta.

O mercado do boi vive um cenário em que a oferta não consegue atender de forma plena o aumento da demanda externa e interna. “Para isso é necessário que o pecuarista adote mais tecnologias e a correta suplementação. Por outro lado, o produtor não vai adotar um sistema que o custo de produção será maior se não tiver uma garantia de preços que o remunere”, diz.

Além disso, é preciso que o governo federal dê mais atenção às indústrias frigoríficas de pequeno e médio porte. “Para que as mesmas condições ofertadas pelos três grandes frigoríficos também se reflita para os pequenos e médios. Diante disso, irá fortalecer a cadeia produtiva como um todo com o acesso ao crédito e as negociações com clientes estrangeiros”, destaca.

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Por: Aleksander Horta e Andressa Simão
Fonte: Notícias Agrícolas

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