Consumo per capta de carne bovina retoma patamares de 2014 e é um dos pilares da sustentação dos preços da @ nos R$ 200,00

Publicado em 06/03/2020 13:03
Valor da arroba deveria ser de R$ 240,00, entenda porque
Maurício Velloso - Presidente Assocon

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Entrevista com Maurício Velloso - Presidente Assocon sobre o Mercado do Boi Gordo

 

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Um dos fatores que está contribuindo para a sustentação na referência de preços de R$ 200,00/@ para a arroba do boi gordo, é a retomada do consumo per capta de carne bovina de 42,12/kg. De acordo com o levantamento do Cepea, o valor ponderado do Bezerro está em R$ 1.904,44, também é a maior da série, superando o recorde real anterior, de R$ 1.849,55, verificado em maio de 2015.

Segundo o Presidente da Associação Nacional da Pecuária Intensiva (Assocon), Maurício Velloso, a tendência é que o preço da arroba deverá permanecer em alta neste ano e a reposição está mais elevada ainda. “Quem não faz ciclo completo está passando apertado, mas é um momento muito bom para a pecuária nacional. Atualmente, o boi gordo está cotado a R$ 192,00/@ a R$ 195,00/@ e com uma pressão altista”, comenta.

Os pecuaristas que contam com animais prontos estão aguardando as referências chegarem no patamar dos R$ 200,00/@ no estado de Goiás. “O frigorífico vai pagar, pois é uma questão de dias para começar a ofertar esses valores já que a oferta de animais está restrita e não outro lugar pra ir buscar esse animal terminado”, relata.

Velloso explica que a oferta restrita de animais é o reflexo da redução do rebanho no Brasil, na qual o consumo interno caiu e o produtor ficou endividado. “Durante o período que a conta andou negativa, os pecuaristas deixaram de investir em tecnologia e diminuiu o número de cabeças produzidas”, afirma.

A estimativa aponta houve um decréscimo de 10 milhões de cabeças no rebanho nacional de 2013 até os dias atuais. “O pecuarista foi obrigado a vender as suas matrizes para pagar conta, e conseqüentemente, reduz a oferta de bezerros. As matrizes precisam disputar o mercado de carne, pois o corte mais privilegiado é o de novilha”, aponta.

Demanda externa

No cenário internacional, a gripe aviária e a peste suína africana ainda fora de controle na China devem estimular as exportações de carne bovina brasileira. “O Brasil é o grande player mundial que pode suprir todas as nações diante desse período de crise”, ressalta.  

A liderança destaca as exportações neste ano registraram bom desempenho sem a China comprando com tanto afinco. “Não temos apenas a China como comprador, mas sim o continente asiático. Além disso, a peste suína já se alastrou pela a Europa e o Brasil é o único que pode abastecer esses mercados”, diz Velloso.

Por: Aleksander Horta e Andressa Simão
Fonte: Notícias Agrícolas

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