Agravamento do coronavírus na Europa pode ser novo motivo para frigoríficos pressionarem cotação da arroba

Publicado em 10/03/2020 13:01 e atualizado em 10/03/2020 17:29
China de volta às compras? Movimentação dos containers nos portos já começou... agora é aguardar pra ver
Caio Junqueira - Analista de Mercado da Cross Investimentos

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Entrevista com Caio Junqueira - Analista de Mercado da Cross Investimentos sobre o Mercado do Boi Gordo

 

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Com o número de casos de coronavírus aumentando na Europa, as indústrias frigoríficas brasileiras já estão atentas com uma possível menor demanda por carne e podem pressionar a cotação da arroba. Contudo, a retomada da demanda chinesa deve amenizar a pressão baixista causa pelo o avanço da doença na Europa.

Segundo o Analista de Mercado da Cross Investimentos, Caio Junqueira, as informações sobre o coronavírus estão deixando as pessoas assustadas. “Esse cenário se reflete nas indústrias que atuam na exportação e essas empresas já estão cautelosas para realizar novos negócios”, comenta.

Com relação à demanda chinesa, o analista aponta que alguns containeres que estavam parados nos portos começaram a se movimentar. “Os nossos contatos indicam que alguns containeres começaram a se mexer e a situação parece que está se normalizando. No entanto, não sabemos se isso é uma fase de normalização, ou, se é uma nova fase que o governo deixando entrar novas mercadorias”, relata.

É importante ressaltar que ainda não tem empresas realizando novas compras de carne para encaminhar para a China. Por outro lado, o mercado interno segue com a oferta de animais restrita e as escalas de abate estão curtas. “Dificilmente terá uma indústria que conta com escalas para uma semana e a reposição está com os preços elevados em que qualquer bezerro nelore vale R$ 2.000,00”, afirma.

Junqueira destaca que as referências devem permanecer sustentadas ao redor de R$ 200,00/@ no estado de São Paulo, mas não descarta oscilações nos preços nos próximos dias. “Eu acho que é uma curva muito pequena de preços e a situação está muito confortável para o pecuarista”, diz.

Por: Aleksander Horta e Andressa Simão
Fonte: Notícias Agrícolas

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