Mercado de carnes deve passar por um período de vazio de demanda nos próximos dias e arroba do boi pode ser afetada
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Entrevista com Caio Junqueira - Analista de Mercado da Cross Investimentos sobre o Mercado do Boi Gordo
O mercado físico do boi gordo registrou poucos negócios na semana anterior, com poucos pecuaristas ativos na venda dos animais e isso levou as programações de abate para níveis menores. Atualmente, a referência para o boi gordo no estado de São Paulo está ao redor de R$ 190,00/@ a R$ 195,00/@, mas alguns negócios ocorrem em torno dos R$ 200,00/@.
O analista de mercado da Cross Investimentos, Caio Junqueira, destaca que após as medidas do governo para conter o novo coronavírus as indústrias optaram por ficar fora das compras. “Na semana passada, as cotações registraram um recuo de R$ 20,00/@ já que os frigoríficos não sabiam como seria o comportamento da demanda doméstica”, relata.
Diante desse fato, os pecuaristas decidiram por não negociar os animais com preços abaixo dos custos de produção. “É normal o pecuarista se assustar e o volume negociado no mercado foi irrelevante. Com isso, as escalas de abate passaram a ser quase zero e as indústrias estão adquirindo matérias prima para abater amanhã”, comenta.
Com a população preocupada com o avanço da doença, muitos resolveram fazer estoques de alimentos e as vendas de carne bovina foram semelhantes ao observados no natal de 2019. “A população comprou por volta de 6 vezes mais do que é o costume. Para abastecer o mercado interno, as indústrias frigoríficas estão sendo obrigadas a ofertar preços melhores para a arroba do boi”, ressaltou.
O analista afirmou que tem relatos de que a China está realizando novos negócios em ritmo lento, mas a falta de containers está prejudicando o embarque da mercadoria. “Essa falta de containers deve se regularizar em torno de 25 a 40 dias e não é tão simples essa burocracia de fretes marítimos”, conta.