China paga menos pela carne bovina brasileira e sinaliza que não deve comprar além da atual demanda

Publicado em 21/05/2020 12:27 e atualizado em 21/05/2020 17:42
Entrada de animais mais velhos no mercado, nas próximas semanas, pode elevar diferença entre os valores do boi comum e do boi China
Caio Toledo Godoy - Consultor em Gerenciamento de Riscos da INTL FCStone

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Entrevista com Caio Toledo Godoy - Consultor em Gerenciamento de Riscos da INTL FCStone sobre o Mercado do Boi Gordo

 

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Em entrevista ao Notícias Agrícolas, o Consultor em Gerenciamento de Riscos da INTL FCStone, Caio Toledo, destacou que o mercado o boi está divido em atender as demandas externas e internas. “Algumas indústrias pagam pelos os animais com padrão exportação acima de R$ 200,00/@. Também temos o animal convencional com mais idade que acaba sendo destinado ao consumo interno”, relatou.

As expectativas para este ano é que a demanda interna e externa devem ter movimentos diferentes. “Podemos ter um aumento do spread entre o animal convencional e o animal com perfil exportação. Se o mercado interno continuar com ritmo lento, devemos ter preços depreciados frente ao boi china”, apontou Toledo.

Com relação aos abates de animais, o consultor ressalta que a participação de boi china era muito maior do que os animais convencionais nos dois últimos meses. “Hoje, essa média tem mostrado uma entrada maior dos animais comuns após a reabertura de alguns frigoríficos”, disse.

Com o clima comprometendo as pastagens, o consultor salienta que pode interferir na formação de preços da arroba. “Nós podemos ter um volume de animais para o abate nos próximos dias, ou então, os pecuaristas adotando alternativas de suplementar os animais para abater em outro momento”, afirmou.

As compras chinesas estão mais voltadas para os cortes dianteiros e o consumidor brasileiro tem procurado por proteínas mais baratas. “As incertezas na economia levam a população a comprar por produtos mais baratos, por isso observamos que o consumo dos ovos aumentou muito nesta quarentena”, comentou.

Do lado das exportações, os compradores chineses reduziram os valores pagos pela a tonelada da carne bovina in natura. “Nós acompanhamos que o preço do porco está recuando na China, porém os números de casos de peste suína seguem aumentando na potência asiática”, pontua.

Por: Aleksander Horta e Andressa Simão
Fonte: Notícias Agrícolas

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