Boi: escalas de abate recuam e dão fortes indicações que a oferta de animais será menor neste final de safra

Publicado em 01/06/2020 14:10 e atualizado em 01/06/2020 15:22
Tentativas de renegociação de preços da carne seguem após quase 10 dias de queda de braços entre chineses e frigoríficos brasileiros
Caio Junqueira - Analista de Mercado da Cross Investimentos

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Entrevista com Caio Junqueira - Analista de Mercado da Cross Investimentos sobre o Mercado do Boi Gordo

 

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Em entrevista ao Notícias Agrícolas, o Analista de Mercado da Cross Investimentos, Caio Junqueira, destaca os participantes do aplicativo da Agrobrazil indicavam escalas de abate estavam nas semanas anteriores em torno de 15 dias úteis. “O sentimento que tínhamos é que estávamos entrada na safra diante da estiagem na maioria das regiões. No entanto, na semana passada as programações começaram a se encurtar e o volume de animais negociados começaram a reduzir”, aponta.

Os lotes negociados nas três últimas semanas eram formados com até 300 cabeças, já no final da última semana os lotes diminuíram. “Semanalmente, nós fazemos um balanço das escalas que voltaram ao patamar de um dígito em torno de 6,5 dias úteis. Nós podemos o alongamento das escalas as quedas nas temperaturas, mas agora que já passou o frio estamos vendo as programações reduzirem”, comenta.

No início desta semana, as referências para o boi gordo começaram a registrar altas com negócios efetivados a R$ 207,00/@ para o animal com destino a exportação. “Estamos no início de mês, porém já começamos o mês de junho que a safra foi pequena. Agora não sabemos o que esperar do mercado interno, pois é uma incógnita”, relata.

Com relação à renegociação das compras chinesas, o analista ressalta que os exportadores aprenderam de forma eficiente a lidar com as negociações dos chineses. “O mercado brasileiro só negocia carne para a China com um calção de 40%. Com a habilitação de novas plantas frigoríficas no início do ano, muitas indústrias não pediram esse dinheiro adiantado e os chineses pediram negociação dos demais frigoríficos”, afirma.

Junqueira explica que a renegociação agora é muito parecida com o caso do começo do ano. “Nenhuma indústria embarcou mercadoria sem o calção de 40%, isso já uma vantagem muito grande. A briga hoje é para receber o saldo dos 60% já que ninguém está aceitando recuo, mas está ocorrendo esse embate”, diz.

Por: Aleksander Horta e Andressa Simão
Fonte: Notícias Agrícolas

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