Confinamento: recuperação da @ e queda no milho melhoram relação de troca para dieta, mas custo de reposição ainda está elevado

Publicado em 12/06/2020 13:05 e atualizado em 12/06/2020 14:50
Oferta de animais pode até se recuperar para o segundo giro, mas ainda será menor que no ano passado
Yago Travagini Ferreira - Analista de Mercado da Agrifatto

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Entrevista com Yago Travagini Ferreira - Analista de Mercado da Agrifatto sobre o Mercado do Boi Gordo

 

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Com a valorização da arroba e a queda nos preços do milho, os custos para a dieta para o confinamento no segundo semestre já começam a ficarem mais atrativos aos pecuaristas. Por outro lado, os preços dos animais de reposição ainda seguem elevados  e com oferta restrita de animais mais jovens.

Segundo o Analista de Mercado da Agrifatto, Yago Travagini Ferreira, as próximas estimativas de intenção de confinamento devem apontar uma queda de 10% a 15% neste ano, sendo que nos primeiros levantamentos o recuo chegava até 30%. “O mercado pode mudar com essa melhora na relação de troca e de insumo alimentar para os animais, mas ainda sim será negativo em função da reposição estar elevado”, explica.

O mercado físico segue com preços sustentados em função da oferta restrita de animais. “A semana deve encerrar com valores ainda mais sustentados com valores de R$ 205,00/@ a R$ 207,00/@, no estado de São Paulo. Nós trabalhamos com uma redução de 10% a 12% de animais abatidos neste ano”, comenta.

Do lado do consumo, o analista aponta que aos poucos as atividades econômicas estão retomando e que a população vai consumir por ter ficado reprimido de três meses parado. “Existe uma demanda reprimida e que pode levar uma melhora no mercado de carnes, mas quando voltar vai ser um ‘boom’ para os restaurantes e churrascarias. Agora precisamos saber quando vai ser essa volta”, relata.

Com relação à demanda externa, a produção de carne pela a China teve uma redução de 20 milhões de toneladas devido a Peste Suína Africana no rebanho. “Os chineses precisam repor essa proteína animal no mercado para sofrer com desabastecimento. Além disso, as exportações de carne suína dos Estados Unidos estão nas máximas históricas e no Brasil também”, afirma.

Por: Aleksander Horta e Andressa Simão
Fonte: Notícias Agrícolas

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