Arroba do boi em SP chega aos R$240,00 mas terá dificuldades para buscar novos patamares; entenda os motivos

Publicado em 31/08/2020 12:59 e atualizado em 31/08/2020 15:18
Aumento da oferta nos confinamentos paulistas e repasse de preços para a carne no atacado estão entre os fatores que devem segurar novas altas
Caio Junqueira - Analista de Mercado da Cross Investimentos

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Entrevista com Caio Junqueira - Analista de Mercado da Cross Investimentos sobre o Mercado do Boi Gordo

 

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Após negócios no mercado do boi gordo atingir o patamar dos R$ 240,00/@ na última semana, a expectativa é que não tenha novos patamares de preços para a arroba no curto prazo. Com a saída de animais do confinamento e os preços da carne no atacado, os frigoríficos não vão ter fôlego para ofertar valores maiores para os animais terminados.

De acordo com o Analista de Mercado da Cross Investimentos, Caio Junqueira, a referência para o boi com padrão exportação no estado de São Paulo é de R$ 240,00/@. “Existe a possibilidade de ter negócios para o boi comum ao redor de R$ 240,00/@ com indústrias de pequeno porte compondo as escalas de abate. Ainda não foi registrado no aplicativo, mas estamos vendo um movimento que as indústrias não habilitadas para exportar vão ter que pagar preços maiores”, comenta.

Na última sexta-feira (28), os preços da carne no atacado paulista estavam próximos de R$ 15,50/kg. “Isso equivale a um animal de R$ 232,50/@, nós achamos que a pequena indústria vai antecipar o movimento da carne para que ela possa pagar esse animal de R$ 240,00/@. No entanto, os preços da carne devem chegar a R$ 16,00/kg para as indústrias conseguirem pagar esse animal”, afirma.

No estado de São Paulo, a média das escalas de abate está ao redor de cinco e nove dias úteis. “Esse alongamento das escalas é reflexo de um volume maior dos animais confinados no mercado. No Mato Grosso do Sul, as programações de abate estão abaixo dos cinco dias úteis em que estão negociando os animais ao redor de R$ 230,00/@”, relata.

Com relação à demanda externa, o analista destaca que o ritmo exportado está indo muito bem e que deve bater o recorde exportado para o mês de agosto. “Os desempenhos das exportações devem seguir forte até nos próximos meses com a demanda chinesa responsável por boa parte do volume embarcado”, ressalta.

Veja o aplicativa da AgroBrazil

Por: Aleksander Horta e Andressa Simão
Fonte: Notícias Agrícolas

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