Boi: Itaú BBA recomenda cautela com reposição que, nesse momento, deve apenas repor o necessário para manter o giro na fazenda

Publicado em 07/12/2020 12:56 e atualizado em 07/12/2020 16:00
A queda na @ do boi é bem mais intensa que a do bezerro, e isso pode gerar descompasso na atividade
Cesar de Castro Alves - Consultor de Agronegócio do Itaú BBA

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Entrevista com Cesar de Castro Alves - Consultor de Agronegócio do Itaú BBA sobre o Mercado do Boi Gordo

 

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Diante da queda nos preços do boi gordo e a reposição com valores sustentados, é importante o pecuarista ser cauteloso e recompor o rebanho com o mínimo necessário para manter o giro na fazenda. De acordo com o Consultor de Agronegócio do Itaú BBA, Cesar de Castro Alves, as referências para a arroba do boi gordo e dos animais mais jovens são desfavoráveis para a recria e a engorda.
 
“O bezerro está elevado e os valores do boi gordo futuro estão recuando. Por isso, estamos recomendando muita cautela com a reposição já que os animais mais jovens representam 70% do custo total da produção”, afirma.

Apesar dos preços da carne no atacado terem recuado nas últimas semanas, os valores para o consumidor final ainda não passaram por um reajuste. “Essa queda de 5% dos preços do atacado ainda não chegou ao varejo e não devem chegar nas próximas semanas que tem as festividades de final de ano. Porém, podemos ver um recuo no início do ano quando a demanda fica mais enfraquecida”, aponta.

O consultor ainda salienta que não espera uma retomada dos preços da carne, mas também não deve despencar muito. “Os valores não devem cair tanto, pois temos um quadro de oferta de animais restrita e a expectativa é que os preços do boi gordo fiquem em torno de R$ 260,00/@ até o final do ano, mas é sempre uma aposta difícil”, comenta.

Do lado da demanda externa, o volume embarcado de carne bovina em dezembro deve ficar em linha com os meses anteriores já que as cotações dos suínos estão recuando na China. “É importante esclarecer que a recuperação do rebanho chinês deve levar mais algum tempo. No entanto, precisamos ficar atentos ao dólar que deve ficar depreciado no próximo ano e vamos ter que subir o valor da arroba em dólar para garantir margem”, esclarece.

Por: Aleksander Horta e Andressa Simão
Fonte: Notícias Agrícolas

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